Por redação do Movimento PB
A guerra na Ucrânia atingiu um novo patamar tecnológico, onde drones estão sendo utilizados não apenas como armas de ataque, mas também como ferramentas de defesa e contra-ataque contra outros drones inimigos. O avanço desse tipo de combate mostra como a tecnologia está redefinindo as estratégias militares e transformando a natureza da guerra moderna.
Se nos primeiros meses do conflito os confrontos ainda eram caracterizados por combates convencionais com fuzis, artilharia pesada e veículos blindados, hoje o cenário mudou drasticamente. Pequenos drones kamikazes, operados a partir de quilômetros de distância, se tornaram a principal ferramenta de ataque tanto para forças russas quanto ucranianas. O resultado é uma guerra travada nos céus de forma remota e cada vez mais automatizada.
A ascensão dos drones de ataque
No início deste ano, uma reportagem do The Guardian detalhou como a linha de frente na Ucrânia tem sido palco de embates entre enxames de drones de Primeira Pessoa (FPV), dispositivos controlados remotamente e equipados com explosivos de até um quilo. Devido à sua precisão e facilidade de uso, esses drones se tornaram protagonistas no campo de batalha, substituindo, em muitos casos, as táticas convencionais de artilharia.
Os operadores desses drones atuam como franco-atiradores, aguardando o momento certo para atacar. Um soldado ucraniano entrevistado pelo jornal britânico mostrou um vídeo no qual um FPV persegue pacientemente um soldado russo antes de acertá-lo com precisão letal. Essa nova forma de combate exige habilidade técnica dos operadores, que precisam calcular trajetória, velocidade e tempo de impacto em tempo real.
A democratização do poder aéreo
O avanço da tecnologia drone no conflito também gerou um efeito colateral inesperado: a democratização do poder aéreo. Antes restrita a países com aviação militar avançada, a capacidade de realizar ataques aéreos estratégicos agora está acessível a qualquer unidade com drones baratos e equipamentos de controle remoto.
Samuel Bendett, especialista em drones do Centro de Análise Naval dos EUA, explica que, desde 2022, esses dispositivos evoluíram de uma curiosidade tecnológica para a principal ferramenta de combate da guerra. “O que estamos vendo na Ucrânia não é apenas o uso de drones em guerra, mas a transformação completa da estratégia militar por meio deles”, afirmou Bendett.
Com a proliferação desses equipamentos, a guerra na Ucrânia entrou em uma fase onde não há mais “zonas seguras”. Bases militares, depósitos de munição e até soldados isolados se tornaram alvos fáceis para os drones, que operam com precisão milimétrica. A resposta tem sido o desenvolvimento de tecnologias para neutralizar essas ameaças, incluindo sistemas de guerra eletrônica e drones interceptadores, projetados para destruir dispositivos inimigos antes que completem sua missão.
O futuro da guerra automatizada
Com o avanço da inteligência artificial e da automação, especialistas acreditam que os drones continuarão a evoluir, tornando os combates ainda mais rápidos e imprevisíveis. Atualmente, já existem relatos de drones lançando outros drones menores, ampliando seu raio de alcance e aumentando o impacto dos ataques. Essa dinâmica sugere que a guerra na Ucrânia pode ser um laboratório para futuras batalhas, onde máquinas terão um papel cada vez mais decisivo na definição dos rumos dos conflitos globais.
A guerra mudou — e o domínio dos drones pode ser apenas o começo de uma nova era de combate automatizado.
Com informações do The Guardian, Terra, Xataka Brasil
Imagem de destaque gerada por inteligência artificial da Meta