Internacional

Imagens Revelam Danos em Fordow Após Ataque dos EUA ao Programa Nuclear do Irã

Imagens Revelam Danos em Fordow Após Ataque dos EUA ao Programa Nuclear do Irã

Imagens de satélite divulgadas em 22 de junho de 2025 mostram danos significativos à instalação nuclear de Fordow, no Irã, após um ataque aéreo dos Estados Unidos na noite de sábado (21). Conforme noticiado pelo G1, o complexo, construído sob uma montanha perto de Qom, a 156 km de Teerã, exibe buracos e crateras, evidenciando o impacto de bombas antibunker usadas na operação. Considerada peça-chave do programa nuclear iraniano, Fordow foi o principal alvo da ofensiva americana, que também atingiu Natanz e Isfahan.

O Ataque Americano

O presidente Donald Trump anunciou o ataque às 20h50 (horário de Brasília) de sábado, via Truth Social, afirmando que os EUA destruíram três instalações nucleares iranianas com “alta precisão”. Segundo o secretário de Defesa, Pete Hegseth, a operação “Midnight Hammer” usou sete bombardeiros B-2 Spirit, cada um carregando duas bombas MOP GBU-57 de 13 toneladas, projetadas para penetrar bunkers subterrâneos. Trump declarou que “Fordow se foi” e que a ação “quebrou as pernas” do regime iraniano, exigindo paz imediata sob ameaça de mais ataques.

Danos Visíveis em Fordow

Imagens da Planet Labs, captadas antes (2 de junho) e após (22 de junho) o ataque, mostram alterações no terreno, com marcas circulares e poeira cinzenta indicando pontos de impacto. Fotos da Maxar Technologies revelam crateras na encosta do complexo, embora um edifício de apoio central pareça intacto. Fordow, projetada para resistir a ataques aéreos devido à sua localização subterrânea, produzia urânio enriquecido a níveis próximos dos necessários para uma bomba nuclear (83,7%, segundo a AIEA).

Reação do Irã

O chanceler iraniano Abbas Araghchi, em coletiva em Istambul no domingo (22), acusou os EUA de violar a Carta da ONU e convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança. A TV estatal iraniana exibiu um gráfico intitulado “Dentro do alcance de fogo do Irã”, marcando bases americanas na região como alvos, e um comentarista declarou: “Trump, você começou. Nós vamos terminar.” O Irã negou sinais de contaminação radioativa, mas não detalhou a extensão dos danos.

Contexto do Conflito

O ataque americano marcou a entrada direta dos EUA na guerra entre Israel e Irã, iniciada em 12 de junho com bombardeios israelenses contra Natanz, que mataram líderes militares e cientistas iranianos. O Irã retaliou com mísseis contra Tel Aviv e outras cidades, causando vítimas civis. Especialistas, como Priscila Caneparo, destacam que apenas os EUA possuem tecnologia, como a bomba MOP, capaz de atingir Fordow. Gunther Rudzit, professor ouvido pelo G1, afirmou que neutralizar o programa nuclear iraniano é uma prioridade americana, enquanto Maurício Santoro sugere que a ação pode fragilizar o regime dos aiatolás, embora com risco de radicalização regional.

Riscos e Repercussões

Comentaristas como Guga Chacra apontam que é o primeiro ataque direto dos EUA ao Irã desde 1979, um marco histórico. Sandra Coutinho alerta para o risco de união de nações contra EUA e Israel, enquanto Michael Urbano sugere que o ataque pode acelerar a busca iraniana por uma bomba nuclear em até 10 anos. O bloqueio do Estreito de Ormuz, por onde passa 20% do petróleo mundial, é uma possível retaliação iraniana, o que poderia disparar os preços globais de energia. O secretário-geral da ONU alertou para “consequências catastróficas”.

Impacto Global

O ataque intensifica a crise no Oriente Médio, com temores de escalada. O Papa Leão XIV condenou o conflito, alertando para um “precipício irreparável”. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, celebrou a ação como um “momento histórico”. No Brasil, o governo Lula criticou os ataques, reforçando a posição contra intervenções militares no Irã. A incerteza sobre a resposta iraniana mantém o mundo em alerta, enquanto Trump insiste em um acordo de paz sob pressão militar.

Fontes: G1, Reuters, CNN Brasil, The New York Times