Líder norte-coreano justifica testes com mísseis como alerta aos inimigos e reforça expansão nuclear.
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, declarou nesta sexta-feira (28) que o país deve estar preparado para realizar ataques nucleares, após a realização de testes com mísseis de cruzeiro na quarta-feira (26). Os lançamentos, efetuados na costa oeste da Península Coreana, foram descritos como um “alerta aos inimigos” para demonstrar que a Coreia do Norte está pronta para utilizar seu arsenal nuclear, segundo a agência estatal KCNA.
Escudo nuclear como defesa nacional
Em seu pronunciamento, Kim Jong-un afirmou que a capacidade de ataque nuclear é essencial para garantir a soberania e a segurança nacional. Segundo ele, as forças nucleares norte-coreanas têm a missão de manter uma “prontidão minuciosa” para defender o país de forma permanente. A Coreia do Norte justifica seu programa nuclear como uma medida de defesa contra as ameaças dos Estados Unidos.
“A habilidade de ataques poderosos garante uma dissuasão perfeita e capacidade de defesa”, afirmou Kim, destacando que o desenvolvimento contínuo do arsenal nuclear é uma “tarefa e dever inalteráveis”.
Tensões com EUA e Coreia do Sul
Autoridades militares da Coreia do Sul detectaram sinais de preparação para os lançamentos e monitoraram múltiplos mísseis de cruzeiro. Embora Kim não tenha especificado seus inimigos, acredita-se que ele se referia aos Estados Unidos e à própria Coreia do Sul. As tensões aumentam em meio a especulações sobre uma possível retomada de contatos entre a Coreia do Norte e o governo americano, após declarações de Donald Trump, atual presidente dos EUA.
Em janeiro de 2025, Kim já havia anunciado a continuação indefinida do desenvolvimento nuclear durante uma inspeção a uma instalação de produção de material atômico. O líder norte-coreano descreveu o ano de 2025 como crucial para o avanço de seu arsenal, mencionando uma “confrontação inevitável” com países considerados hostis.
As ações de Pyongyang elevam as preocupações sobre uma possível escalada militar na região, colocando em risco a estabilidade da Ásia-Pacífico e desafiando esforços internacionais para a desnuclearização da Península Coreana. A resposta dos EUA e da Coreia do Sul aos últimos testes será fundamental para definir os próximos passos desse cenário tenso.
