GeopolíticaInternacional

Macron defende paz “robusta e duradoura” na Ucrânia e alerta sobre riscos para a Europa

Presidente francês critica legitimação de agressões e ressalta papel europeu na segurança continental

O presidente francês Emmanuel Macron afirmou neste domingo (17) que qualquer acordo de paz na Ucrânia precisa ser “robusto e duradouro”, alertando que a segurança europeia está em jogo caso a agressão russa não seja contida. As declarações ocorrem às vésperas de um encontro crucial em Washington com os presidentes ucraniano Volodymyr Zelenskyy e americano Donald Trump.

Em coletiva após reunião da “Coalizão dos Dispostos”, grupo de países que apoiam Kiev, Macron foi enfático: “Este é um momento decisivo para a Ucrânia e para a segurança de todos os europeus”. O líder francês destacou que a paz deve respeitar o direito internacional e a integridade territorial ucraniana, classificando a Rússia como “a única agressora” no conflito.

Dois pilares para a defesa ucraniana

Macron apresentou uma estratégia baseada em dois eixos: manutenção de um exército ucraniano fortalecido e presença de forças aliadas de “reasseguração” em áreas não diretamente no front. O presidente rejeitou qualquer negociação territorial que não passe pelas autoridades democraticamente eleitas em Kiev.

Sobre a sugestão de Trump de um possível congelamento territorial, o francês equilibrou elogios à busca pela paz com críticas veladas. “Se os mais fortes puderem redesenhar fronteiras pela força, abrimos uma era onde a guerra vira regra”, argumentou, numa referência indireta às consequências de legitimar anexações russas.

Contraste entre Washington e Moscou

Macron traçou diferenças claras entre as posturas de Putin e Trump: “Putin quer a capitulação ucraniana. Trump quer a paz”. A declaração revela a complexa diplomacia francesa, que busca manter diálogo com Washington sem ceder a pressões por concessões territoriais.

O presidente ainda reforçou o papel ativo que a Europa deve ter: “Não podemos ser objeto da discussão, mas sim atores da nossa segurança”. A fala reflete preocupações geopolíticas francesas sobre autonomia estratégica europeia, tema caro à política externa de Paris.

Alerta sobre o futuro da Europa

Em tom grave, Macron concluiu com um aviso: “Se formos fracos hoje, pagaremos caro amanhã”. A mensagem ecoa preocupações crescentes na UE sobre a expansão das ambições russas caso a Ucrânia seja enfraquecida por um acordo desfavorável.

Analistas da impressa europeia avaliam que o discurso de Macron busca preparar o terreno para a cúpula em Washington, onde europeus tentarão evitar que americanos e russos negociem sobre suas cabeças. A França teme especialmente um acordo bilateral EUA-Rússia que desconsidere interesses europeus.

Redação do Movimento PB com informações de Anadolu Agency [DEE-SKE-18082025-A7F2B8-4OT]