O Departamento de Defesa dos EUA determinou a apreensão de materiais sobre diversidade, antirracismo e identidade de gênero em bibliotecas de academias e escolas militares. A medida integra uma nova diretriz que busca eliminar conteúdos considerados “divisionistas” e ideológicos, segundo memorando interno. Também foi exigido que critérios de raça, etnia e gênero deixem de ser considerados em processos seletivos.
O Pentágono ordenou, na última sexta-feira (6), a identificação e apreensão de livros, documentos e outros materiais que tratem de temas como diversidade, antirracismo e identidade de gênero nas bibliotecas das academias militares e escolas de guerra dos Estados Unidos.
De acordo com um memorando enviado à cúpula do Departamento de Defesa, comandantes militares e demais funcionários, os conteúdos classificados como “ideologia de gênero” ou que promovam “conceitos divisionistas” são considerados incompatíveis com a missão das Forças Armadas. O documento afirma que tais temas não devem fazer parte da formação educacional militar.
Um comitê composto por especialistas, educadores e bibliotecários elaborou uma lista de palavras-chave para facilitar a triagem dos materiais, incluindo termos como “ação afirmativa”, “antirracismo”, “diversidade, equidade e inclusão”, “Teoria Crítica da Raça”, “inconformidade de gênero” e “pessoas transgênero”. Todo material que contenha esses termos deve ser identificado, recolhido para revisão e poderá ser removido definitivamente.
Em um segundo documento, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, determinou que, no prazo de 30 dias, os secretários dos ramos militares confirmem que raça, etnia e gênero não serão considerados como critérios de admissão nas academias. “Devem oferecer admissão com base exclusivamente no mérito”, destacou.
A iniciativa segue uma tendência mais ampla dentro do governo dos EUA de revisão de políticas relacionadas à diversidade nas instituições públicas, especialmente nas áreas de segurança e defesa.