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“Preço Incalculável”: Trump ameaça Venezuela e exige retorno imediato de prisioneiros que chama de “monstros”

“Preço Incalculável”: Trump ameaça Venezuela e exige retorno imediato de prisioneiros que chama de “monstros”

Em escalada de tensão sem precedentes, presidente dos EUA usa redes sociais para intimar Caracas a aceitar de volta cidadãos venezuelanos, intensificando a crise diplomática dias após ataque naval na região.

A já deteriorada relação entre Estados Unidos e Venezuela mergulhou em um novo e perigoso abismo neste sábado (20). O presidente Donald Trump utilizou sua plataforma na rede social Truth Social para emitir um ultimato direto e carregado de ameaças ao governo venezuelano, exigindo o retorno imediato de prisioneiros que, segundo ele, teriam sido forçados a entrar em território norte-americano. A linguagem usada por Trump foi de uma agressividade raramente vista na diplomacia moderna: “Tire-os do nosso país agora mesmo ou o preço a pagar será incalculável”, escreveu.

A fala incendiária não é um evento isolado, mas o clímax de uma semana de hostilidades abertas. A exigência ocorre poucos dias após a Casa Branca bombardear navios venezuelanos sob a alegação de combate ao narcotráfico, uma ação que o governo de Caracas classificou como “guerra não declarada” e “crimes de lesa-humanidade”. Trump agora eleva a retórica, acusando a “liderança” venezuelana de esvaziar suas prisões e instituições mentais, enviando deliberadamente criminosos para os EUA.

“Queremos que a Venezuela aceite imediatamente todos os prisioneiros e pessoas de instituições mentais, incluindo os piores manicômios do mundo”, publicou Trump. Em sua mensagem, ele descreve essas pessoas como “monstros” que teriam ferido gravemente e até matado cidadãos americanos. A acusação, feita sem a apresentação de provas concretas, serve para inflamar a base de eleitores de Trump e justificar uma postura de confronto total contra o regime de Caracas.

A estratégia de Trump parece ser a de criar uma crise externa para desviar a atenção de problemas internos e consolidar sua imagem de líder forte. Ao divulgar vídeos de ataques a embarcações e acusar a Venezuela de “envenenar norte-americanos” com fentanil e outras drogas, ele constrói uma narrativa de ameaça iminente à segurança nacional. A ordem para que a Venezuela “pare de cometer violência e terrorismo contra os americanos” é uma peça de propaganda de guerra que busca legitimar futuras ações, sejam elas sanções mais duras ou até mesmo uma intervenção militar.

A ameaça de um “preço incalculável” é uma demonstração de força que coloca toda a América Latina em alerta. A instabilidade na Venezuela, já uma tragédia humanitária, torna-se o palco de uma disputa geopolítica perigosa, com um líder imprevisível no comando da maior potência militar do planeta. A questão que paira sobre o continente não é se haverá uma resposta de Trump, mas qual será a sua dimensão e quais serão as consequências para a frágil paz na região. O ultimato de hoje pode ser o prelúdio de um conflito de proporções, de fato, incalculáveis.

Redação do Movimento PB [NMG-OGO-21092025-W8X4Y1-13P]


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