Protestos em Los Angeles são usados pela mídia chinesa para criticar os EUA
Mídia estatal chinesa aponta protestos em Los Angeles como prova de um EUA “quebrado”. Conflito entre Trump e Califórnia é destaque.
A mídia estatal chinesa tem explorado os protestos em Los Angeles contra as políticas de imigração de Donald Trump para retratar os EUA como um país em crise. Veículos como Xinhua e Beijing Youth Daily destacam o conflito entre o governo federal republicano e a Califórnia democrata, apontando a “falta de coesão social” e um governo “quebrado”. A narrativa ganhou força em meio às tensões comerciais entre EUA e China.
Contexto da narrativa chinesa
Os protestos, que eclodiram após operações do ICE que prenderam 121 pessoas, escalaram com a mobilização de 2.000 soldados da Guarda Nacional por Trump. A mídia chinesa, como a Xinhua, enfatiza a “divisão política” nos EUA, enquanto usuários de redes sociais do país celebram o “efeito bumerangue” das políticas americanas, em um tom de ironia e crítica.
O que diz a mídia estatal?
O Beijing Youth Daily publicou que os EUA entram em uma “era caótica”, com Trump estabelecendo um “precedente preocupante”. O jornal acusa o presidente de adotar “soluções de curto prazo” para problemas complexos, sem visão estratégica. A Xinhua, por sua vez, foca no embate entre Washington e a Califórnia, sugerindo que a instabilidade reflete falhas estruturais na governança americana.
Impacto global da narrativa
A cobertura chinesa ocorre em um momento de negociações comerciais em Londres e tarifas mútuas entre EUA e China. A mídia estatal usa os protestos para reforçar a imagem de superioridade do sistema chinês, contrastando a estabilidade doméstica com o “caos” americano. Analistas veem isso como uma estratégia para desviar críticas internas e fortalecer o nacionalismo.
Perspectivas e implicações
Embora a narrativa chinesa amplifique as divisões nos EUA, ela ignora tensões domésticas, como protestos em Hong Kong. Para os EUA, o desafio é gerenciar a crise de imigração sem alimentar narrativas externas. O caso ilustra como conflitos internos podem ser explorados globalmente, intensificando rivalidades geopolíticas.
Com informações de South China Morning Post, Xinhua e Reuters.