Internacional

Protestos “No Kings” tomam os EUA contra políticas de Trump na véspera de parada militar

Milhões de pessoas devem participar de mais de 2.000 protestos “No Kings” nos Estados Unidos neste sábado, 14 de junho de 2025, coincidindo com uma parada militar em Washington, DC, organizada pelo presidente Donald Trump para celebrar os 250 anos do Exército dos EUA e seu 79º aniversário. As manifestações, descritas como uma rejeição às “ações autoritárias” de Trump, seguem uma semana de tumultos desencadeados por operações de imigração em Los Angeles, onde ele enviou 4.000 membros da Guarda Nacional e 700 fuzileiros navais, resultando em confrontos e mais de 400 prisões, segundo o The Guardian.

Origem e escala dos protestos

O movimento “No Kings”, apoiado por grupos como o 50501 Movement e a Women’s March, planeja atos de Seattle a San Antonio, com Filadélfia sediando um protesto principal e Los Angeles organizando eventos perto da prefeitura. Organizadores, citados pelo Axios, preveem o maior ato anti-Trump desde o início de seu segundo mandato, com mais de 1.900 eventos no país. Os protestos, também chamados de “No Thrones, No Crowns, No Kings”, buscam contrapor a parada de Trump, que inclui 7.000 soldados, tanques e aeronaves, criticada como uma exibição de ego pessoal, não de unidade nacional.

Tensões em Los Angeles

Os protestos começaram em Los Angeles em 6 de junho, após operações do ICE (Imigração e Alfândega), levando a um toque de recolher no centro por três noites. Em 13 de junho, fuzileiros navais detiveram o civil Marcos Leao, veterano do exército, fora do Wilshire Federal Building, no primeiro caso conhecido de detenção por tropas ativas enviadas por Trump. Leao disse ter sido tratado “com justiça”, mas o incidente gerou revolta, com postagens no X, como de @PabloReports, destacando resistência no leste de LA. Um juiz federal bloqueou temporariamente o envio de tropas por Trump em 12 de junho, mas a decisão está sob apelo, segundo o The Independent.

Expansão dos protestos

As manifestações se espalharam para Nova York, Chicago, Austin e Washington, DC, com confrontos em Seattle, onde a polícia usou spray de pimenta, e Denver, onde bombas de fumaça foram lançadas, conforme @himanshu9855 no X. Em Sacramento, manifestantes exibiram bandeiras mexicanas, que Trump chamou de “invasão estrangeira”, embora o The Guardian tenha notado que refletem a herança de cidadãos americanos. Uma cidade no Colorado cancelou um ato “No Kings” por questões de segurança, gerando debates sobre liberdade de expressão, segundo a CBS Colorado.

Contexto político e social

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, condenou o envio de tropas como uma “tomada ilegal”, entrando com uma ação judicial para recuperar o controle da Guarda Nacional. A prefeita Karen Bass prorrogou o toque de recolher em Los Angeles, alertando para a continuidade da repressão. O senador Alex Padilla foi removido à força de uma coletiva do Departamento de Segurança Interna, incidente compartilhado por @Acyn no X, ampliando apelos por protestos pacíficos. A bilionária Christy Walton financiou um anúncio no New York Times promovendo os atos, defendendo princípios democráticos, conforme a Forbes.

Críticas e preocupações

Trump minimizou os protestos, dizendo “não me sinto como rei” em uma coletiva em 12 de junho. Críticos, como o The Marshall Project, alertam que respostas militarizadas, como em Los Angeles, historicamente escalam conflitos, citando 50 anos de pesquisa. Organizadores enfatizam a resistência pacífica, com o site “No Kings” declarando: “A bandeira não pertence a Trump. Pertence a nós.” No entanto, postagens no X, como de @DiligentDenizen, relatam violência inicial em Las Vegas, onde prisões precederam os eventos de sábado.

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Perspectivas futuras

Os protestos “No Kings”, marcados para o Dia da Bandeira, buscam ofuscar a parada de Trump, com organizadores evitando um ato em DC para focar na mobilização nacional. O movimento, endossado por figuras como Randi Weingarten, da Federação Americana de Professores, posiciona as manifestações como uma resistência ao autoritarismo. Com tensões persistentes, com detenções do ICE subindo de 860 em janeiro para 7.800 em junho, segundo a Reuters, os atos de sábado podem moldar a narrativa política antes das eleições de meio de mandato de 2026, testando o controle de Trump sobre a opinião pública.

Com informações de The Guardian, Axios, Forbes, Reuters e posts no X.

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