Crescentes manifestações, com atos de vandalismo e violência, têm atingido pontos de venda e estações de carregamento da Tesla, reflexo do descontentamento com a influência política de Elon Musk.
Desde a segunda inauguração presidencial de Donald Trump, a Tesla tem se visto cada vez mais envolvida em episódios de violência e vandalismo em diversas partes dos Estados Unidos – e até na Europa – em meio à crescente controvérsia em torno do CEO Elon Musk. Agora, por estar atuando como conselheiro sênior do presidente, Musk tem acumulado críticas que se transformam em protestos e ataques direcionados à marca de veículos elétricos.

Em Lower Manhattan, por exemplo, manifestantes foram vistos com as mãos algemadas, enquanto gritavam slogans como “Ninguém votou em Elon Musk” e “Oligarcas fora, democracia dentro”. Em uma demonstração prolongada, alguns participantes entraram em um showroom Tesla na West Village, bloqueando entradas e interrompendo as atividades do local – medidas que resultaram na prisão de seis pessoas, segundo informações da polícia local.
O clima de hostilidade se espalhou por outras regiões. Em Tigard, no Oregon, disparos foram efetuados contra um estabelecimento da Tesla após a meia-noite, causando danos significativos a veículos e instalações. Já na região de Boston, sete estações de carregamento foram incendiadas, e um morador de um subúrbio foi detido após vandalizar veículos com adesivos que exaltavam Musk. Em Colorado, investigações apontam para um caso em que uma pessoa foi acusada de spray-paintar a palavra “Nazi” em uma concessionária e de tentar atacar com um coquetel molotov.
Além desses episódios, a repercussão dos acontecimentos ultrapassou as fronteiras dos Estados Unidos. Em Berlim, por exemplo, incêndios foram registrados em um canteiro de obras destinado à expansão de uma fábrica da Tesla, e na França, dezenas de carros da marca foram incendiados na região de Toulouse – fatos que as autoridades locais já apontam como atos intencionais.
A hostilidade tem raízes que vão além das questões mercadológicas. Musk, que recentemente passou a ter influência direta sobre decisões de cortes e reestruturações em agências federais – parte de uma iniciativa de “Eficiência Governamental” anunciada por ele – vem polarizando opiniões. Durante a inauguração, o próprio comportamento do bilionário, que em um gesto controverso assemelhou-se a saudações utilizadas em regimes autoritários, foi duramente criticado e alimentou ainda mais o descontentamento.
A reação não se restringe apenas aos protestos de rua. Muitos proprietários de veículos da Tesla têm manifestado constrangimento, chegando a vender seus carros para se distanciar do nome Musk, associando-o a práticas e declarações que, segundo eles, prejudicam a imagem da marca.
Enquanto as autoridades trabalham para conter os episódios de violência, a situação se mostra como um alerta: a mistura de política e negócios, agora personificada na figura de Elon Musk, tem transformado a Tesla não apenas em sinônimo de inovação tecnológica, mas também em um símbolo de divisão e tensão social.