Rússia Exige Anexar 20% da Ucrânia para Cessar-Fogo

Putin impõe condições drásticas, incluindo anexação de cinco regiões e novas eleições, para acordo de paz com Ucrânia.
Palavra-chave foco: Cessar-fogo Ucrânia-Rússia
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Condições Russas para o Cessar-Fogo

Em 2 de junho de 2025, a Rússia apresentou uma lista de exigências para firmar um cessar-fogo com a Ucrânia, conforme noticiado pelo UOL Notícias. As condições, divulgadas por agências estatais russas, incluem:

  • Anexação de 20% do território ucraniano: Moscou reivindica a Crimeia (anexada em 2014) e as regiões de Lugansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia, parcialmente ocupadas desde 2022. Donetsk e Zaporizhzhia são a quinta e sétima maiores cidades da Ucrânia, respectivamente.
  • Retirada imediata de tropas ucranianas: A Rússia exige que Kiev remova seus militares dessas regiões, que estão sob controle parcial russo após três anos de conflito.
  • Enfraquecimento militar: Limitação do contingente e armamentos do Exército ucraniano, incluindo proibição de desenvolver ou abrigar armas nucleares.
  • Fim do apoio ocidental: Suspensão de fornecimento de armas e inteligência por nações ocidentais, especialmente membros da Otan, cuja aproximação com a Ucrânia foi um dos gatilhos da guerra iniciada em fevereiro de 2022.
  • Novas eleições em 100 dias: Realização de um novo pleito para substituir o presidente Volodymyr Zelensky, cujo mandato expirou em maio de 2024, mas que segue no poder devido à Lei Marcial vigente.

Impacto de um Possível Acordo

Segundo a imprensa estatal russa, a aceitação dessas condições levaria à assinatura de um acordo de paz, com o fim das sanções econômicas mútuas. No entanto, Kiev rejeitou propostas semelhantes no passado, considerando-as uma rendição. A Ucrânia insiste na retirada total das tropas russas e na restauração de suas fronteiras pré-2014, incluindo a Crimeia.

Negociações em Istambul

A segunda rodada de negociações diretas ocorreu em 2 de junho, em Istambul, mediada pela Turquia. O ministro turco Hakan Fidan destacou a importância das discussões para a estabilidade regional e global. Apesar do diálogo, as posições permanecem distantes: Moscou insiste na desmilitarização e neutralidade da Ucrânia, enquanto Kiev exige a saída russa de seu território. A Ucrânia propôs uma nova rodada antes do fim de junho, visando um possível encontro entre Zelensky e Putin, mas a Rússia não confirmou.

Troca de Prisioneiros e Corpos

Enquanto o cessar-fogo não avança, ambos os lados acordaram em:

  • Trocar prisioneiros de guerra gravemente feridos e menores de 25 anos.
  • Repatriar 6 mil corpos de soldados de cada lado, um gesto humanitário em meio ao conflito.

Escalada Militar

Apesar das tratativas, a guerra intensificou-se. No fim de semana, a Ucrânia realizou um ataque de longo alcance na Sibéria, destruindo 41 aviões militares russos, descrito por Zelensky como “brilhante”. Em resposta, a Rússia lançou 472 drones contra a Ucrânia, o maior número desde o início da invasão em 2022, visando infraestrutura civil e energética.

Contexto e Reações

As exigências russas, que incluem o reconhecimento de anexações consideradas ilegais pela comunidade internacional, foram criticadas como “termos de rendição” por analistas e autoridades ucranianas. Zelensky acusou Putin de manipular as negociações para prolongar o conflito, enquanto aliados ocidentais, como o Reino Unido e a UE, reforçam sanções contra Moscou. A pressão de Donald Trump por um acordo rápido, incluindo um cessar-fogo de 30 dias, foi rejeitada por Putin, que insiste em condições maximalistas. Posts no X refletem a polarização, com alguns apoiando a resistência ucraniana e outros ecoando a narrativa russa de desmilitarização.

Perspectivas

As condições russas são vistas como inaceitáveis por Kiev e seus aliados, dificultando um acordo iminente. A Ucrânia aposta em manter a pressão militar e diplomática, enquanto a Rússia busca consolidar ganhos territoriais antes de negociações sérias. O conflito, que já matou centenas de milhares e deslocou milhões, permanece sem solução, com riscos de escalada em meio a tensões globais.

Com informações de UOL Notícias, Reuters, Al Jazeera, The Washington Post

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