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Shutdown no governo Trump: quais os impactos para o Brasil?

Shutdown no governo Trump: quais os impactos para o Brasil?

O governo dos Estados Unidos entrou em shutdown nesta quarta-feira (1º), após o Congresso não chegar a um acordo para aprovar o orçamento de 2026. A paralisação já gera efeitos internos, como a dispensa de servidores públicos e a suspensão de pagamentos, mas também deve repercutir no cenário internacional, atingindo mercados emergentes como o brasileiro.

Efeitos imediatos no câmbio

Segundo a economista Cristiane Quartaroli, a tendência inicial é de valorização do dólar, movimento típico em momentos de incerteza, já que investidores migram para ativos considerados mais seguros. Para o Brasil, isso pode significar pressão sobre o real e maior aversão ao risco global. No entanto, caso o impasse nos EUA seja interpretado como sinal de desfuncionalidade política, parte do capital pode buscar alternativas em outras moedas.

Impactos no PIB e nos mercados

Beto Saadia, diretor de investimentos da Nomos, avalia que uma retração do PIB americano pode reduzir a atratividade do dólar. Nesse cenário, haveria maior fuga de capitais e desvalorização da moeda em relação a outros pares. Já para o Brasil, a valorização de commodities poderia atenuar efeitos negativos no câmbio.

Consequências para empresas brasileiras

Richard Ionescu, CEO do Grupo IOX, aponta que o ambiente de crédito no Brasil pode se tornar mais caro. Isso porque uma eventual valorização do dólar, somada a juros internacionais elevados, aumenta o custo de captação para companhias nacionais. Por outro lado, instrumentos financeiros como FIDCs ganham atratividade, por oferecerem previsibilidade em meio à instabilidade.

Internamente nos EUA

Nos Estados Unidos, a estrategista Paula Zogbi (Nomad) ressalta que o shutdown é relativamente comum e tende a causar impactos limitados se for curto. Mas, desta vez, a suspensão do relatório de empregos de setembro cria incertezas para o Federal Reserve, que pode ficar sem dados-chave para decisões sobre juros. O resultado pode ser queda nas bolsas de Nova York.

Se a paralisação se prolongar, como explica a economista Andressa Durão (ASA), o efeito será sentido no consumo interno. Demissões temporárias em departamentos federais reduzem gastos das famílias, com estimativa média de perda de 0,1% do PIB por semana.

Repercussão para o Brasil

Para o mercado brasileiro, a combinação de incerteza global, pressão cambial e custos mais altos de crédito gera instabilidade. Contudo, setores ligados a exportação de commodities podem se beneficiar, equilibrando parte dos efeitos negativos. O impacto final dependerá da duração do shutdown e da resposta do Federal Reserve às lacunas de informação econômica.

Da redação com informações da CNN.

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