Trump diz que estados vão ‘destruir’ a IA e promete veto

Em um movimento que promete acirrar ainda mais o debate sobre o futuro da tecnologia nos Estados Unidos, Donald Trump anunciou na última segunda-feira (8) sua intenção de emitir um decreto que retirará dos estados o poder de regulamentar a inteligência artificial (IA). Para Trump, a prerrogativa de criar regras para essa indústria em franca expansão é exclusiva do governo federal.
“Manual único” para a IA
Através de sua rede Truth Social, Trump justificou a medida argumentando que, para manter a liderança global em inteligência artificial, é essencial ter um “manual único”. A preocupação central é a segurança nacional e a rivalidade com a China, onde a IA é vista como um dos maiores vetores de investimento e poder estratégico.
“Estamos superando TODOS OS PAÍSES neste momento na corrida, mas isso não vai durar muito se tivermos 50 estados, muitos deles atores negativos, envolvidos nas REGRAS e no PROCESSO DE APROVAÇÃO”, declarou Trump, em tom categórico. Ele ainda advertiu: “NÃO PODE HAVER DÚVIDA SOBRE ISSO! A IA SERÁ DESTRUÍDA EM SUA INFÂNCIA! Estarei emitindo uma Ordem Executiva de REGRA ÚNICA esta semana.”
Ceticismo no Congresso e apoio da indústria
A iniciativa de Trump, no entanto, já enfrenta resistência considerável. No Congresso, tanto democratas quanto alguns republicanos demonstram ceticismo quanto aos potenciais danos econômicos e sociais que uma regulamentação centralizada e, para alguns, insuficiente, poderia causar. A preocupação com o impacto da IA no mercado de trabalho, especialmente entre os jovens, é crescente, com temores de redução de oportunidades de emprego.
Por outro lado, a proposta de Trump encontra forte apoio entre os gigantes da indústria de tecnologia. Figuras como David Sacks, conselheiro de Trump para IA e criptomoedas, Sam Altman, chefe da OpenAI, e Jensen Huang, CEO da Nvidia, defendem a centralização. Eles argumentam que a miríade de mais de 1.000 projetos de lei estaduais sobre IA “frearia essa indústria e criaria um problema de segurança nacional”, como afirmou Huang em uma audiência recente no Congresso.
Estratégias de pressão
Além do decreto, Trump estaria planejando outras medidas para garantir a primazia federal. Um grupo de trabalho na Casa Branca, dedicado a contestar judicialmente as leis estaduais de IA, já estaria em formação. Há também a possibilidade de limitar o acesso dos estados a fundos federais destinados ao desenvolvimento de internet de banda larga, caso insistam em criar suas próprias regulamentações.
A batalha pela regulamentação da inteligência artificial promete ser um dos temas mais quentes da política americana, com implicações profundas para a economia, segurança e o futuro tecnológico do país.
Da redação do Movimento PB.
