Internacional

Trump intensifica operações de imigração em Los Angeles e gera temores de estado policial

Trump envia 2.000 soldados da Guarda Nacional a Los Angeles após protestos contra operações do ICE. Críticos alertam para riscos de um estado policial.

As recentes operações de imigração em Los Angeles, conduzidas por agentes do ICE, FBI e DEA, geraram confrontos e intensificaram debates sobre o uso de força federal nos EUA. Na sexta-feira (6), 121 pessoas foram presas em batidas em locais como Home Depots e um atacadista de roupas. Protestos contra as ações escalaram, com manifestantes enfrentando policiais com ovos e gritos, enquanto forças federais usaram gás lacrimogêneo, balas de borracha e granadas de efeito moral.

Contexto da crise

As operações, parte da política de deportação em massa de Donald Trump, miram imigrantes sem documentação, mas também atingiram trabalhadores comuns. A Casa Branca, liderada pelo assessor Stephen Miller, justifica as ações como combate a “criminosos”, mas críticos apontam prisões indiscriminadas. No sábado (7), Trump ordenou o envio de 2.000 soldados da Guarda Nacional a Los Angeles, chamando protestos de “rebelião”. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, ameaçou mobilizar fuzileiros navais, intensificando tensões.

Reações locais e nacionais

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, criticou a ação como “inflamatória” e uma violação da soberania estadual. A prefeita de Los Angeles, Karen Bass, condenou as táticas, afirmando que “semeiam terror” nas comunidades. Líderes locais, como o chefe de polícia Jim McDonnell, reforçam que a polícia de Los Angeles não participa de operações de imigração, respeitando leis estaduais de “santuário”.

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Impacto social e político

As batidas geraram medo entre imigrantes, com relatos de pessoas evitando trabalho ou escolas. Organizações de direitos humanos, como a Asian Americans Advancing Justice, denunciam detenções em espaços como escolas e tribunais, incluindo casos de cidadãos americanos e residentes legais. A mobilização de agências como FBI e DEA, incomum em operações migratórias, levanta preocupações sobre o desvio de recursos de outras áreas, como combate ao tráfico.

Perspectivas: um estado policial?

Analistas, como o ex-secretário do Trabalho Robert Reich, alertam que as ações de Trump seguem um roteiro autoritário: declarar emergências, usar forças federais contra civis, realizar prisões sem mandato e expandir detenções. Embora a lei marcial não tenha sido declarada, a infraestrutura para um “estado policial” preocupa, com planos de criar campos de detenção e usar bases militares. Protestos pacíficos, como o planejado para 14 de junho, são vistos como resistência essencial.

Com informações de The Guardian, Reuters e Los Angeles Times.