Trump Pergunta a Zelensky se Ucrânia Poderia Atacar Moscou com Armas Americanas, Diz Financial Times
O presidente dos EUA, Donald Trump, questionou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante uma ligação em 4 de julho, sobre a possibilidade de a Ucrânia atacar Moscou e São Petersburgo com armas de longo alcance fornecidas pelos EUA, segundo o *Financial Times*, citando fontes próximas à conversa. A pergunta, feita um dia após uma ligação frustrada com o presidente russo Vladimir Putin, reflete a crescente irritação de Trump com a recusa de Putin em negociar um cessar-fogo na guerra da Ucrânia. Zelensky respondeu que tais ataques seriam possíveis “se os EUA fornecerem as armas”. A Casa Branca negou que Trump estivesse incentivando violência, afirmando que ele apenas fez uma pergunta, enquanto trabalha para acabar com o conflito.
Contexto da Ligação e Mudança de Postura
A conversa ocorreu em um momento de mudança na postura de Trump, que, após prometer durante a campanha reduzir o envolvimento dos EUA em conflitos estrangeiros, anunciou no dia 14 de julho, ao lado do secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, o envio de armas “de ponta” para a Ucrânia por meio de aliados da OTAN. Ele também ameaçou impor tarifas de 100% sobre parceiros comerciais da Rússia caso Putin não aceite um acordo de paz em 50 dias. A iniciativa inclui sistemas de defesa aérea Patriot e mísseis ATACMS, que têm alcance de até 300 km, mas não está claro se mísseis Tomahawk, capazes de atingir Moscou a 1.600 km, serão fornecidos, devido à complexidade de sua operação. Trump expressou decepção com Putin, dizendo que acreditava ter fechado um acordo de paz “quatro vezes”, mas que ataques russos, como a um asilo em Kiev, continuaram.
Reações e Implicações
A Casa Branca, por meio da porta-voz Karoline Leavitt, refutou as interpretações do *Financial Times*, afirmando que Trump não estava incentivando ataques, mas apenas explorando opções para pressionar a Rússia a negociar. “Ele está trabalhando incansavelmente para parar as mortes e encerrar a guerra”, disse Leavitt. No entanto, a pergunta sobre atacar Moscou causou surpresa entre autoridades ucranianas, que a levaram a sério, iniciando discussões com aliados europeus sobre sistemas de longo alcance. A Rússia, por sua vez, minimizou as ameaças de tarifas, com o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, afirmando que Moscou “já passou por isso antes”. O Kremlin também indicou que Putin manterá sua estratégia, exigindo garantias como a neutralidade da Ucrânia e a não expansão da OTAN.
Impactos e Limitações
A Ucrânia já realizou ataques a longa distância com drones, mas mísseis como o ATACMS, fornecidos pelos EUA, oferecem maior capacidade destrutiva. Contudo, atingir Moscou exigiria armas avançadas, como os Tomahawks, que dependem de lançadores complexos, como navios de guerra ou bombardeiros estratégicos, que a Ucrânia não possui. Fontes ucranianas, como o general Skibitskyi, destacaram que, mesmo com tais armas, a logística seria um desafio. Além disso, Trump esclareceu em 15 de julho que a Ucrânia não deveria atacar Moscou, reforçando que sua prioridade é evitar escaladas e focar na paz. A estratégia, segundo analistas, reflete a tentativa de Trump de forçar negociações, mas a falta de clareza sobre o envio de armas e as condições de Putin para a paz indicam que o conflito está longe de uma resolução.
Perspectiva Global
A proposta de Trump gerou reações mistas. Aliados europeus, como Dinamarca, Suécia e Holanda, sinalizaram apoio ao plano de envio de armas via OTAN, enquanto a China acusou os EUA de “coerção” por ameaçar sanções secundárias. A mudança de tom de Trump, que já criticou o apoio militar à Ucrânia, reflete sua frustração com a intransigência russa, mas também atrai críticas internas de apoiadores do “America First”, como Marjorie Taylor Greene, que acusam o presidente de trair sua base ao se envolver no conflito. A situação evidencia o delicado equilíbrio entre pressionar a Rússia e evitar uma escalada nuclear, enquanto a Ucrânia busca reforçar sua defesa contra ataques russos intensificados. O desenrolar das próximas semanas será crucial para determinar se as ameaças de Trump levarão a negociações ou a uma maior tensão no conflito.
Da redação com informações de The Jerusalem Post, Financial Times e Reuters [XGR-XAI-15072025-2100-G3M]