Ucrânia Atinge ‘Frota Sombra’ Russa: Drones Navais Danificam Tanqueiros Sancionados no Mar Negro

A Ucrânia intensificou sua campanha de pressão contra a infraestrutura petrolífera russa, utilizando drones navais para atacar dois petroleiros que fazem parte da chamada ‘frota sombra’ de Moscou. Os incidentes, que ocorreram no Mar Negro nos últimos dias, causaram danos significativos a embarcações que se dirigiam a um porto russo para carregar óleo destinado a mercados estrangeiros.
A Estratégia de Kyiv Contra o Petróleo Russo
As ações representam uma nova frente nos esforços de Kyiv para desestabilizar a capacidade russa de financiar a guerra. Por meses, a Ucrânia tem focado em refinarias de petróleo com drones aéreos de longo alcance, mas os ataques a petroleiros em alto mar marcam uma mudança tática. Um oficial do Serviço de Segurança da Ucrânia (SSU) confirmou que os dois navios-tanque, identificados como Kairos e Virat, estavam vazios e a caminho de Novorossiysk, um importante terminal de petróleo russo no Mar Negro.
Kyiv tem clamado repetidamente por uma ação mais contundente do Ocidente contra a ‘frota sombra’ russa, que, segundo o governo ucraniano, permite a Moscou exportar grandes volumes de petróleo e, assim, sustentar seu esforço de guerra, apesar das sanções internacionais. Essa frota, composta por centenas de navios, muitas vezes antigos e operando sob regulamentação frouxa, emergiu após a invasão de 2022 para contornar as restrições ocidentais.
Detalhes dos Ataques: Kairos e Virat
Imagens divulgadas pelo SSU, que não puderam ser verificadas independentemente, mostram drones navais se aproximando rapidamente dos imponentes petroleiros, seguidos por explosões potentes que provocaram incêndios nas embarcações. Segundo o oficial ucraniano, os vídeos indicam que ambos os navios-tanque sofreram danos críticos e foram efetivamente desativados, o que representaria um golpe considerável para o transporte de petróleo russo.
O Ministério dos Transportes da Turquia reportou que o petroleiro Kairos, de 274 metros de comprimento, foi atingido por uma explosão e pegou fogo na sexta-feira, enquanto seguia do Egito para a Rússia. A tripulação foi evacuada, e esforços para conter o incêndio estavam em andamento. O Virat, por sua vez, teria sido atingido a cerca de 35 milhas náuticas da costa, mais a leste no Mar Negro, sendo atacado novamente no sábado. Embora tenha sofrido danos menores no lado estibordo, acima da linha d’água, o navio estava em condição estável e a tripulação segura, segundo a Turquia.
Dados da LSEG confirmam que tanto o Kairos quanto o Virat estão em listas de navios sujeitos a sanções impostas contra a Rússia após a invasão em grande escala da Ucrânia em 2022.
Implicações e Reações Internacionais
Em um incidente separado, o Consórcio do Oleoduto do Cáspio (CPC), responsável por mais de 1% do petróleo global, anunciou no sábado a interrupção de suas operações após um drone naval ucraniano danificar significativamente uma amarração no terminal russo do Mar Negro. O CPC exporta principalmente petróleo do Cazaquistão, que classificou o ataque como inaceitável.
A Turquia expressou preocupação com os ataques, ressaltando que os incidentes ocorreram em sua Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e representam sérios riscos à segurança. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores turco, Oncu Keceli, afirmou que Ancara está em contato com as partes envolvidas para evitar a escalada da guerra no Mar Negro e proteger os interesses econômicos e operações do país na região. A Rússia, até o momento, não fez comentários públicos sobre os ataques.
Drones navais são embarcações não tripuladas carregadas de explosivos, projetadas para navegar em alta velocidade em direção aos seus alvos antes de detonar. Eles desempenharam um papel crucial na contraofensiva da Ucrânia no Mar Negro, contribuindo para afastar a frota de guerra russa.
Da redação do Movimento PB.
