Dengue na Paraíba: Casos caem pela metade, mas 6.500 infecções e 6 mortes em 2025 mantêm o alerta ligado
Boletim da SES revela que, apesar da queda expressiva em relação a 2024, estado ainda enfrenta alta incidência de arboviroses; Chikungunya também registra duas mortes e autoridades pedem que a luta contra o Aedes aegypti não pare.
A Paraíba recebeu nesta terça-feira (7) um panorama agridoce sobre a situação das arboviroses no estado. O mais recente Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (SES) revela que, embora tenha havido uma redução expressiva no número de casos em comparação com o ano anterior, a dengue continua a representar uma ameaça grave. Até o início de outubro, foram registrados 6.555 casos prováveis da doença e, o mais trágico, seis mortes confirmadas. Os números, embora melhores que os de 2024, são um lembrete contundente de que a guerra contra o mosquito Aedes aegypti está longe de ser vencida.
O boletim detalha um cenário de queda geral, o que é uma notícia positiva e um reflexo dos esforços de combate ao vetor. Os casos prováveis de dengue tiveram uma redução de quase 50% em relação ao mesmo período do ano passado. A tendência de queda também foi observada para a chikungunya (redução de 64,35%) e para a zika (redução de 79,52%). No total, o estado registrou 7.783 casos prováveis de arboviroses, com a dengue respondendo por mais de 84% desse total. Apesar da melhora nos índices, a quantidade de pessoas infectadas ainda é alarmantemente alta.
O peso humano da estatística fica evidente no número de óbitos. As seis mortes por dengue ocorreram em João Pessoa (4), Soledade (1) e São Domingos do Cariri (1). Além disso, a chikungunya, muitas vezes subestimada, também se mostrou letal, com duas mortes confirmadas nos municípios de Campina Grande e Prata. A perda de oito vidas paraibanas para doenças que são, em grande parte, preveníveis, é uma ferida aberta que reforça a urgência da mobilização contínua. Não há óbitos registrados por zika, mas o impacto das outras duas arboviroses já é devastador.
Diante desse quadro, o recado das autoridades de saúde é de cautela e persistência. Fernanda Vieira, chefe do Núcleo de Doenças e Agravos Transmissíveis da SES, fez um apelo para que a população não relaxe nos cuidados. “Nosso objetivo é que esses números caiam ainda mais e, para isso, precisamos continuar na luta contra o Aedes aegypti”, destacou ela. A mensagem é clara: a redução no número de casos não é um sinal para baixar a guarda, mas sim a prova de que as medidas de prevenção funcionam e precisam ser intensificadas.
O boletim, portanto, pinta um retrato complexo. A queda nos números é uma vitória que deve ser celebrada e creditada ao trabalho dos agentes de saúde e à conscientização da população. No entanto, os milhares de paraibanos que adoeceram e, principalmente, as oito famílias que perderam seus entes queridos, são a face trágica de uma batalha que é travada dentro de nossas próprias casas. A luta contra o mosquito é uma responsabilidade coletiva e diária, e cada vaso de planta verificado, cada caixa d’água tampada e cada quintal limpo são gestos que, somados, salvam vidas e podem garantir que, no próximo boletim, não tenhamos mais nenhuma morte a lamentar.
Redação do Movimento PB
Redação do Movimento PB [NMG-OGO-08102025-B3C9D1-13P]