Influencer da PB vira réu por ataque racista a ciganas na web

Vídeo polêmico nas redes gerou a denúncia
A Justiça Federal da Paraíba aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e tornou réu um criador de conteúdo digital, Walter Fernando Souto Brandão, conhecido como “Walter Paparazzo”. Ele é acusado de racismo contra mulheres ciganas após a divulgação de um vídeo nas redes sociais em 2022.
Segundo o MPF, o vídeo mostrava duas mulheres ciganas sendo agredidas no centro de João Pessoa, acompanhado de uma legenda considerada ofensiva e discriminatória. O conteúdo da legenda não foi divulgado.
Candidato derrotado e a acusação de racismo
Walter Paparazzo, que foi candidato a vereador de João Pessoa pelo MDB nas últimas eleições, não se pronunciou sobre o caso até o momento. O MPF argumenta que a postagem expôs as vítimas à humilhação e reforçou estigmas históricos contra o povo cigano, incentivando o preconceito e a violência.
O MPF também destacou o poder de amplificação das redes sociais na disseminação do racismo, argumentando que conteúdos ofensivos em ambientes digitais de grande alcance ultrapassam o dano individual e atingem a coletividade.
A cultura cigana em questão
A denúncia ressalta que a postagem de Walter Paparazzo atingiu a cultura cigana tradicional, em especial a leitura de mãos, prática historicamente associada ao modo de vida dessas comunidades. O MPF alega que desqualificar essa atividade e associá-la à fraude reforça estereótipos negativos e deslegitima expressões culturais importantes para a identidade cigana.
Walter Paparazzo responde pelo crime de racismo, com pena prevista de reclusão de dois a cinco anos, além de multa.
Da redação do Movimento PB.
