‘Motivo de enorme alegria’: pesquisador da UEPB é nomeado um dos cientistas mais influentes do mundo em 2025
Um marco para a ciência paraibana e brasileira: o professor Rômulo Alves, do Departamento de Biologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), foi reconhecido como um dos cientistas mais influentes do planeta no ranking de 2025 da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Essa conquista, divulgada nesta semana, coloca o pesquisador joaopessoense entre os 2% mais citados globalmente em sua área, destacando o impacto de seu trabalho em etnozoologia e conservação da biodiversidade. Para Rômulo, o reconhecimento é “motivo de enorme alegria” e reforça a importância do trabalho colaborativo em instituições públicas como a UEPB.
O ranking de Stanford: excelência científica em escala global
O World’s Top 2% Scientists List, elaborado anualmente pela Universidade de Stanford em parceria com a Elsevier – maior editora científica do mundo –, avalia pesquisadores com base em métricas rigorosas de impacto acadêmico. Para a edição de 2025, foram analisados dados atualizados até o final de 2024, considerando citações normalizadas, h-index e contribuições em 22 campos científicos e 174 subcampos. A lista, em sua sexta edição, identifica cerca de 2% dos cientistas mais influentes, com mais de 100 mil nomes selecionados por seu c-score – um indicador composto que ajusta citações por autoria e colaborações.
Rômulo Alves integra o ranking desde sua primeira publicação, em 2012, consolidando-se como uma referência na área de Zoologia e Biologia da Conservação. Essa consistência não é mero acaso: o professor acumula uma produção científica robusta, com estudos que transcendem fronteiras acadêmicas e impactam políticas de preservação ambiental no Brasil e além. A conquista de 2025, em particular, reflete o crescimento exponencial de citações a suas pesquisas, que abordam interações humanas com a fauna de forma interdisciplinar.
Etnozoologia: unindo cultura, animais e conservação
No cerne do trabalho de Rômulo está a etnozoologia, disciplina que explora as relações entre seres humanos e animais, desde práticas tradicionais de caça e pesca até o comércio de espécies silvestres e o uso terapêutico da fauna – conhecido como zooterapia. Seus estudos revelam como comunidades rurais e indígenas no Nordeste brasileiro dependem de recursos animais para sobrevivência, mas também como essas práticas podem ameaçar a biodiversidade local. Um exemplo concreto é sua pesquisa sobre o comércio de aves silvestres em feiras livres de João Pessoa, que identificou mais de 50 espécies comercializadas ilegalmente, gerando dados cruciais para fiscalizações do Ibama.
Como bolsista de produtividade 1C do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Rômulo coordena projetos nos Programas de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação (PPGEC) e em Etnobiologia e Conservação da Natureza (PPGEtno) da UEPB. Ele também atua como editor-chefe da revista “Ethnobiology and Conservation”, indexada na Web of Science e Scopus, promovendo o debate global sobre preservação. “A ciência só cumpre seu papel quando alia rigor acadêmico a compromisso humano e social, ajudando a conservar a vida em todas as suas formas”, afirma o pesquisador em declaração recente.
Impacto na Paraíba: inspirando novas gerações de cientistas
A nomeação de Rômulo Alves é um orgulho para a Paraíba, especialmente para a UEPB, que se consolida como polo de excelência em ciências biológicas no Nordeste. Em um estado rico em biomas como a Caatinga e a Mata Atlântica, onde a pressão antrópica sobre a fauna é intensa, pesquisas como as dele fornecem subsídios para políticas públicas. Por exemplo, seus trabalhos influenciaram a criação de reservas ecológicas na região do Agreste paraibano, protegendo espécies endêmicas ameaçadas pela urbanização.
O professor enfatiza o papel das universidades públicas: “Programas de apoio como os da UEPB são essenciais para que novos estudantes e pesquisadores viabilizem trajetórias acadêmicas sólidas”. Essa visão colaborativa é evidente em suas parcerias com instituições como a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e centros internacionais, fomentando intercâmbios que beneficiam alunos paraibanos. Para jovens cientistas da região, Rômulo serve como exemplo vivo de que o talento local pode brilhar no cenário global, incentivando inscrições em programas de iniciação científica na UEPB.
Um chamado à ação pela ciência sustentável
Além das conquistas individuais, o ranking de Stanford destaca a relevância da ciência aberta e colaborativa em tempos de crise ambiental. No Brasil, onde a perda de biodiversidade avança a passos largos – com mais de 600 espécies de vertebrados ameaçadas, segundo o ICMBio –, pesquisadores como Rômulo Alves lembram que a conservação não é abstrata: ela toca a vida cotidiana das comunidades. Seus estudos sobre etnoecologia, por exemplo, propõem alternativas sustentáveis à caça ilegal, como o ecoturismo em áreas de preservação, gerando renda para populações locais sem comprometer ecossistemas.
“Estar nesse ranking é motivo de enorme alegria e referenda o trabalho colaborativo com pesquisadores da UEPB e instituições parceiras. A universidade pública é essencial para novas trajetórias acadêmicas.” – Rômulo Alves, professor da UEPB
Essa nomeação não é apenas uma honra pessoal, mas um catalisador para investimentos em pesquisa no Nordeste. Com o apoio de agências como a Fapesq-PB, a UEPB pode expandir laboratórios de biologia molecular, permitindo análises genéticas de espécies ameaçadas. Rômulo Alves, com sua trajetória de dedicação, inspira não só colegas, mas toda a sociedade paraibana a valorizar a ciência como ferramenta de transformação. Em um mundo onde a sustentabilidade é urgente, seu trabalho reafirma que a preservação da vida animal é, acima de tudo, uma questão de equilíbrio humano com a natureza – um legado que ecoa para além das citações acadêmicas.
Da redação com informações de g1 PB [GRK-XAI-28092025-2315-V1G]
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