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Nordeste surpreende: região lidera percepção de prosperidade no Brasil

Nordeste surpreende: região lidera percepção de prosperidade no Brasil
Nordeste surpreende: região lidera percepção de prosperidade no Brasil

Uma pesquisa inédita realizada pelo Datafolha, a pedido do Sicredi, lançou luz sobre o que os brasileiros entendem por prosperidade e, mais importante, quem se sente mais próspero no país. O resultado é revelador: o Nordeste desponta como a região onde a sensação de prosperidade é mais intensa, com 49% dos entrevistados atribuindo notas máximas (9 ou 10) à própria condição.

O que move a sensação de bem-estar

O levantamento, parte do estudo “O que é prosperidade para o brasileiro”, aprofunda-se em como fatores econômicos, emocionais, espirituais e sociais se entrelaçam para formar essa percepção. Além do destaque nordestino, a pesquisa aponta uma tendência interessante: moradores do interior tendem a se sentir mais prósperos (43% com notas 9 e 10) do que aqueles das regiões metropolitanas (37%).

Paulo Alves, gerente de pesquisa de mercado do Datafolha, sugere que essa diferença pode estar ligada a fatores como o custo de vida mais acessível, relações sociais mais próximas e um maior senso de pertencimento. Ele também observa que, mesmo em grupos de maior escolaridade e renda, há uma parcela insatisfeita que, apesar dos recursos, ainda busca um patamar mais elevado de prosperidade.

As quatro dimensões da prosperidade

O estudo desvendou a prosperidade em quatro pilares fundamentais:

  • Econômica: Ligada à qualificação profissional, conquistas, estabilidade financeira e acesso a oportunidades.
  • Psicológica: Envolve bem-estar emocional, autoestima e autonomia pessoal.
  • Espiritual: Conectada a crenças, práticas e ao propósito de vida.
  • Social: Abrange vínculos e a vida em comunidade.

Segundo Alves, a dimensão econômica ainda é a mais forte, com um peso de 39%, seguida pela psicológica (26%), espiritual (21%) e social (14%). “Esses dados mostram que, embora a prosperidade seja ampla, ainda é fortemente associada a questões econômicas. Mas o dinheiro é visto como um meio, e não um fim. É a base para sustentar outros aspectos relevantes, criando condições para que as demais dimensões também se desenvolvam”, explica o especialista.

Desafios e o papel das instituições financeiras

No cenário nacional, a pesquisa revela um paradoxo: 47% dos brasileiros afirmam prosperar “com dificuldade”, citando a luta para “chegar ao fim do mês” e a insegurança no trabalho. Contudo, 41% se consideram muito prósperos, indicando uma diversidade de experiências e expectativas.

A relação com as instituições financeiras também foi analisada. Para as classes mais baixas, há uma percepção de distância e desconfiança. Já entre os que se consideram mais prósperos, o uso do sistema financeiro é mais amplo, utilizando, em média, 4,6 produtos financeiros, como investimentos, seguros e consórcios.

Nesse contexto, o modelo cooperativo se destaca: 86% dos que se relacionam com cooperativas de crédito se veem prósperos, índice que salta para 92% entre associados do Sicredi. Alexandre Barbosa, diretor-executivo do Sicredi, enfatiza que “prosperidade não é apenas sobre renda, mas também sobre acesso e orientação financeira”. Para ele, a proximidade, confiança e soluções adequadas oferecidas pelas cooperativas ajudam as pessoas a planejar e realizar seus objetivos.

A pesquisa foi conduzida em duas etapas: uma qualitativa com grupos focais e uma quantitativa, com 2.003 entrevistas em 113 cidades de 25 estados, realizadas entre 8 e 17 de setembro de 2023, com margem de erro de 2 pontos percentuais e 95% de confiança.

Da redação do Movimento PB.

[MPBAI | MOD: 2.5-FL | REF: 69416D24]