Quem é Fatoka: chefe do Comando Vermelho que fugiu de presídio na Paraíba
Conhecido no mundo do crime como Fatoka, o chefe do Comando Vermelho na Paraíba voltou a ser destaque após protagonizar uma das fugas mais ousadas do sistema prisional paraibano, envolvendo explosivos e fuga em massa. Além de homicídios e tráfico, ele é acusado de interferir em eleições municipais no estado.
Histórico criminal
O primeiro registro da prisão de Fatoka ocorreu em 2012, quando foi apontado como responsável por comandar uma facção criminosa local, organizar rebeliões em presídios e ordenar homicídios em João Pessoa. Permaneceu preso até 2018, ano em que escapou do presídio PB1, em uma fuga que envolveu a explosão do portão principal e permitiu a saída de 92 detentos.
Fugas e recapturas
Após a fuga em massa, Fatoka foi localizado meses depois em uma casa de praia em Alagoas, onde se escondia junto a outros traficantes. Preso novamente, conseguiu obter liberdade com medidas cautelares e uso de tornozeleira eletrônica. Pouco tempo depois, rompeu o equipamento e fugiu para o Rio de Janeiro, onde passou a atuar em articulação com lideranças do Comando Vermelho.
Envolvimento político e eleições
Além das acusações por assassinatos e tráfico, Fatoka é investigado por interferência em eleições municipais. Segundo a Polícia Federal e o Gaeco-PB, ele teria intimidado eleitores em Cabedelo durante as eleições de 2024, além de indicar pessoas para ocupar cargos públicos na prefeitura. O caso também envolveu figuras políticas como o ex-prefeito Vítor Hugo e o atual prefeito André Coutinho, ambos investigados à época.
Rede criminosa e aliados
Outro alvo da operação que investigou a facção foi Flávia Santos Lima Monteiro, presa em novembro de 2024, acusada de ser funcionária fantasma e elo entre a gestão municipal e o grupo criminoso. As investigações revelaram que o esquema extrapolava o tráfico de drogas e avançava para o campo político e econômico.
A operação contra a facção
Para desarticular a rede criminosa, uma grande operação foi deflagrada com mandados em João Pessoa, Cabedelo, Santa Rita, Campina Grande, Cabaceiras e Nova Floresta, além de comunidades no Rio de Janeiro. A ação envolveu cerca de 150 policiais divididos em 30 equipes, incluindo a Polícia Civil da Paraíba, Gaeco, GOE, GOC, Unintelpol, Desarme e apoio da Polícia Civil do Rio de Janeiro. O bloqueio de contas bancárias somou R$ 125 milhões.
O impacto da fuga de Fatoka
A trajetória de Fatoka expõe fragilidades do sistema prisional e a expansão das facções no Nordeste. Sua capacidade de reorganizar operações mesmo após prisões reforça a complexidade do enfrentamento ao crime organizado, que hoje mistura violência urbana, tráfico e infiltração em espaços políticos e institucionais.
Da redação com informações de G1
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