A fabricante do medicamento Venvanse, Takeda, verá sua patente expirar em 2024, abrindo as portas para versões genéricas do remédio. Com a versão para uso adulto perdendo a exclusividade em fevereiro e a versão pediátrica seguindo o mesmo caminho em agosto, espera-se que o Venvanse se torne mais acessível no próximo ano.
Segundo a Lei de Propriedade Industrial, que engloba medicamentos, as patentes têm validade de 20 anos. Quando expiram, os medicamentos podem ser produzidos de forma genérica, geralmente a preços pelo menos 35% mais baixos que o produto de referência do laboratório.
O farmacêutico Hitty-Ko Kamimura explica que a patente é uma salvaguarda concedida a inovações, permitindo que o desenvolvedor recupere os custos de pesquisa e desenvolvimento. Após o término desse período, outros laboratórios podem produzir e comercializar versões genéricas do medicamento, que são quimicamente idênticas ao produto original.
Os medicamentos genéricos devem ser bioequivalentes ao produto original, possuindo o mesmo princípio ativo, forma farmacêutica, dosagem e via de administração, de acordo com a Anvisa. Embora excipientes e aspectos da formulação possam diferir, tais diferenças não devem afetar a eficácia, segurança e qualidade do medicamento genérico.
O Venvanse, utilizado no tratamento do TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), pode representar uma faca de dois gumes. Embora sua quebra de patente prometa ampliar o acesso ao tratamento, a automedicação ou o uso além das indicações terapêuticas podem ser extremamente perigosos.
Kamimura alerta que, se não utilizado corretamente, o Venvanse, um estimulante do cérebro, pode levar a problemas sérios como dependência, problemas cardiovasculares e alterações psiquiátricas. Portanto, é crucial que seu uso seja orientado por um profissional qualificado, seguindo a prescrição médica e mantendo consultas regulares para garantir um tratamento seguro e eficaz.
A expiração da patente do Venvanse e o surgimento de versões genéricas destacam a importância do monitoramento e controle rigorosos por parte das autoridades sanitárias, garantindo a qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos disponíveis no mercado. A conscientização sobre o uso racional de medicamentos, especialmente aqueles com potencial de abuso, é essencial para a promoção da saúde pública.
Fonte: Terra