A ‘guerra dos bonés’ e a batalha simbólica entre governo e oposição no Congresso

O retorno dos trabalhos legislativos no Congresso Nacional começou com um embate inusitado entre governo e oposição: uma disputa de narrativas expressas por bonés inspirados na estética política de Donald Trump. A base governista lançou um acessório com a frase “O Brasil é dos brasileiros”, enquanto a oposição reagiu com a mensagem “Comida barata novamente. Bolsonaro 2026”.

A estratégia do governo foi idealizada pelo marqueteiro Sidônio Palmeira, responsável por campanhas de Lula. O objetivo foi criar um símbolo visual forte para reforçar a ideia de nacionalismo econômico e recuperar a simbologia das cores verde e amarela, amplamente utilizadas pela direita bolsonarista nos últimos anos. O boné foi adotado por ministros licenciados e parlamentares do PT e do PSOL, ganhando variações de cores.

Em resposta, a oposição lançou sua própria versão do acessório, focando na crítica à alta da inflação e na promessa de retorno de Bolsonaro em 2026. A ação foi organizada pelo novo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), que produziu 30 bonés distribuídos entre aliados. Além disso, peças satíricas circularam entre os parlamentares, incluindo uma paródia do café ‘Nescafé’ chamado ‘Nemcafé’ e uma embalagem de carne com a foto de Bolsonaro e o slogan “Picanha Black”.

Esse embate simboliza a crescente disputa pela comunicação política e o uso de elementos visuais como forma de engajamento e mobilização. A referência a Donald Trump não é por acaso: o ex-presidente americano e seus apoiadores popularizaram bonés vermelhos com o slogan “Make America Great Again”, tornando o acessório um ícone da identidade conservadora. Agora, tanto governistas quanto oposicionistas brasileiros adotam essa estratégia para consolidar suas mensagens junto ao público.

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A ‘guerra dos bonés’ evidencia como símbolos visuais e frases de impacto estão cada vez mais presentes no jogo político, ajudando a reforçar identidades e polarizações dentro do Congresso e do eleitorado brasileiro.

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