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Alexandre de Moraes pede extradição de ex-assessor acusado de vazamentos no STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes solicitou formalmente a extradição de seu ex-assessor Eduardo Tagliaferro, atualmente refugiado na Itália. O pedido, encaminhado ao Ministério da Justiça na quarta-feira (20/08), segue para formalização diplomática junto ao governo italiano através do Itamaraty.


“A conduta de Tagliaferro torna-se mais gravosa ao se verificar que, no período dos vazamentos, o STF conduzia investigações sobre atos antidemocráticos”, afirmou a Procuradoria-Geral da República na denúncia.


Acusações da Procuradoria-Geral da República

Tagliaferro, que comandou a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, foi denunciado pelo procurador-geral Paulo Gonet na sexta-feira (22/08) por quatro crimes:

  • Violação de sigilo funcional
  • Coação no curso do processo
  • Obstrução de investigação de organização criminosa
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito

Operação Vaza Toga e investigações

As acusações referem-se ao esquema conhecido como “Vaza Toga”, onde mensagens sigilosas entre servidores de Moraes no STF e TSE foram ilegalmente divulgadas. Segundo a PGR, os vazamentos ocorreram durante investigações críticas sobre:

  • Tentativa de golpe de Estado (Pet. 12.100/DF)
  • Divulgação de fake news (Inq. 4.781/DF)
  • Milícias digitais (Inq. 4.784/DF)

Contexto processual e indiciamento

A Polícia Federal já havia indiciado Tagliaferro em abril por violação de sigilo funcional com dano à administração pública. A PGR sustenta que o ex-assessor atuava em conjunto com outros investigados que fugiram do país, configurando alinhamento com organização criminosa.

Defesa e controvérsias internacionais

Tagliaferro nega responsabilidade pelos vazamentos e alega perseguição política por parte de Moraes. Desde a Itália, prepara denúncia ao Parlamento Europeu contra o ministro e afirma possuir “provas” que comprometeriam Moraes. O ex-assessor conta com apoio de parlamentares de direita em suas ações internacionais.

Implicações para o sistema judicial brasileiro

O caso exemplifica os desafios do sistema judicial no combate a crimes digitais de alta complexidade. A extradição de Tagliaferro testará a cooperação jurídica internacional entre Brasil e Itália, particularmente em casos envolvendo alegações de perseguição política versus crimes contra a administração da justiça.

Este processo ocorre em momento sensível para o STF, que enfrenta críticas de setores políticos enquanto investiga supostas tentativas de desestabilização democrática. O desfecho do caso poderá estabelecer precedentes importantes para responsabilização de servidores públicos por vazamentos de informações sigilosas com finalidade política.

Da redação com informações da PGR [DSK-DSK-21082025-1930-V2L]


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