Bolsonaro é o ex-presidente que mais custa aos cofres públicos; veja ranking
A lei que garante os benefícios a ex-mandatários
Um levantamento exclusivo da Coluna do Estadão, com base em dados da Presidência da República, revelou os custos que cada ex-presidente vivo gera aos cofres públicos. Por lei, todos os ex-mandatários têm direito a uma estrutura de “segurança e apoio pessoal” bancada pelo erário, que inclui oito funcionários (seis assessores e dois motoristas) e dois carros com manutenção e combustível pagos. As despesas englobam salários, diárias e passagens para a equipe.
Analisando os gastos entre 2021 e junho de 2025, o levantamento mostra que, na média anual, o ex-presidente Jair Bolsonaro é quem representa o maior custo para o contribuinte desde que deixou o Palácio do Planalto.
Ranking de despesas: Bolsonaro na liderança
O estudo calculou o gasto médio anual de cada ex-presidente para criar uma base de comparação justa, já que nem todos foram “ex-presidentes” durante todo o período analisado. Jair Bolsonaro lidera o ranking, seguido de perto por Dilma Rousseff e Fernando Collor. O levantamento considerou os gastos de todos os sete ex-presidentes que têm direito ao benefício.
Confira a média de custo anual de cada um, segundo os dados da Presidência:
- Jair Bolsonaro: R$ 1.697.635,00
- Dilma Rousseff: R$ 1.686.436,85
- Fernando Collor: R$ 1.646.235,63
- Lula (período como ex-presidente): R$ 1.491.930,53
- Michel Temer: R$ 1.204.991,08
- José Sarney: R$ 951.325,48
- Fernando Henrique Cardoso: R$ 780.221,56
Os detalhes do gasto de Bolsonaro
O alto custo médio de Jair Bolsonaro está diretamente ligado às suas atividades e viagens após deixar a presidência. Um dos gastos mais significativos foram as diárias no exterior, que somaram R$ 649 mil apenas em 2023. Esse valor se refere, em grande parte, ao período de três meses em que o ex-presidente permaneceu nos Estados Unidos após o fim de seu mandato.
Além das diárias, os custos de Bolsonaro desde 2023 incluem R$ 1,8 milhão em salários para sua equipe e R$ 1,1 milhão em passagens nacionais para seus assessores, que o acompanham em seus deslocamentos pelo Brasil.
O custo total dos ex-presidentes
Somados, os gastos com todos os ex-presidentes entre janeiro de 2021 e junho de 2025 chegaram a R$ 35,5 milhões, o que representa uma média de R$ 7,9 milhões por ano. O ano de maior despesa foi 2024, quando o custo total atingiu R$ 9,4 milhões.
A lei que concede esses benefícios vitalícios é frequentemente alvo de debates no Congresso Nacional. Enquanto seus defensores argumentam que a estrutura é necessária para a segurança e apoio de quem já ocupou o cargo mais alto da República, críticos questionam a necessidade e o alto custo desses privilégios em um país com tantas carências orçamentárias.
Redação com informações de O Estadão