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Bolsonaro nega golpe no STF e usa depoimento como palanque político

Bolsonaro nega tentativa de golpe no STF, questiona urnas e transforma depoimento em ato político, reforçando narrativa de vítima.

No depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 10 de junho de 2025, Jair Bolsonaro negou envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, transformando a audiência em um ato político, segundo o Brasil 247. Diante do ministro Alexandre de Moraes, o ex-presidente questionou a lisura das urnas eletrônicas, alegando que sua desconfiança reflete a de “milhões de brasileiros”, e negou conhecimento de planos golpistas, como os relatados na delação de Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens.

Contexto do depoimento

Bolsonaro é um dos 37 indiciados na investigação da Polícia Federal sobre uma trama para impedir a posse de Lula em 2023. Acusado de crimes como organização criminosa e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, ele respondeu sobre reuniões com militares e aliados, incluindo discussões de minutas para decretar estado de sítio. Segundo o Brasil 247, Bolsonaro adotou tom cínico, minimizando os fatos como “retórica” e insistindo que suas ações buscavam “transparência eleitoral”.

Performance política

O ex-presidente usou o STF como palanque, reforçando sua narrativa de vítima de perseguição judicial. Ele citou relatórios militares que sugeriam vulnerabilidades nas urnas, mas evitou confirmar a vitória de Lula, dizendo que “o povo tem dúvidas”. Para o Brasil 247, Bolsonaro buscou mobilizar sua base, repetindo em redes sociais que “nunca se falou em golpe” e que críticas às urnas são “opinião, não crime”.

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Impacto e críticas

A estratégia de Bolsonaro intensifica a polarização. Seus aliados, como Flávio Bolsonaro, celebraram o depoimento como um “show” de refutação às acusações. Já críticos, como o PT e juristas, veem cinismo, apontando que a delação de Cid e depoimentos de militares como Freire Gomes confirmam sua liderança na trama. A audiência expõe o desafio do STF em lidar com um réu que usa o processo para se promover politicamente.

Perspectivas futuras

O caso avança com Moraes decidindo se aceita a denúncia contra Bolsonaro, o que pode levar a um julgamento até novembro de 2025. A investigação, que inclui áudios e vídeos de reuniões golpistas, mantém Bolsonaro no centro do debate, com impacto em sua elegibilidade para 2026. Para seus apoiadores, ele é um mártir; para adversários, um risco à democracia. O desfecho pode influenciar a estabilidade política do Brasil.

Com informações de Brasil 247, G1 e UOL.

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