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Bolsonaro pede anulação de delação de Mauro Cid após vazamento de mensagens

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) solicitou, em 13 de junho de 2025, a anulação da delação premiada de seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, no inquérito que investiga uma suposta trama golpista após as eleições de 2022. O pedido, feito via redes sociais, foi motivado por uma reportagem da Veja que revelou mensagens de Cid, sugerindo que ele mentiu ao Supremo Tribunal Federal (STF) durante interrogatório em 10 de junho, ao negar uso de redes sociais em período proibido. Bolsonaro classificou a investigação como “farsa fabricada em cima de mentiras”, segundo o Poder360.

Contexto do vazamento

A Veja publicou mensagens de Cid que indicam um “jogo duplo”: enquanto colaborava com a Polícia Federal (PF), ele relatava a aliados uma versão diferente, dizendo que investigadores tentavam “jogar para o lado do golpe”. Cid admitiu ter acessado redes sociais, contrariando restrições do acordo de delação, e expressou pessimismo sobre o processo, prevendo penas de até 30 anos para coronéis da PM do DF e outros réus. A defesa de Cid negou que ele tenha mentido, mas o vazamento reacendeu questionamentos sobre a validade da colaboração.

Argumentos da defesa de Bolsonaro

A defesa de Bolsonaro, liderada por Celso Vilardi, argumenta que a delação é “viciada” por “mentiras, omissões e contradições”. Desde março de 2024, os advogados pedem sua anulação, citando áudios em que Cid alega coação pela PF, embora ele tenha se retratado, chamando as falas de “desabafo”. A defesa questiona a imparcialidade do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, alegando que ele participou da produção de provas, o que violaria a Constituição. Vilardi também critica o acesso restrito à íntegra da delação, chamando a investigação de “semissecreta”.

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Riscos para Cid e o processo

O descumprimento das regras da delação, como mentir ou vazar informações, pode levar à sua anulação. Sem o acordo, Cid perderia benefícios, como perdão judicial ou pena máxima de dois anos, e poderia enfrentar até 40 anos de prisão como réu no “núcleo crucial” da trama golpista, ao lado de Bolsonaro, ex-ministros e militares. A delação de Cid, homologada por Moraes em setembro de 2023, embasou denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra 34 pessoas, incluindo Bolsonaro, por tentativa de golpe, organização criminosa e abolição do Estado Democrático de Direito.

Repercussão e próximos passos

A PGR, por meio de Paulo Gonet, reafirmou em março de 2025 a voluntariedade da delação, negando coação. A 1ª Turma do STF, composta por Moraes, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Flávio Dino, rejeitou em 25 de março o pedido de anulação, mantendo o acordo. Postagens no X, como de @BolsonaroSP, reforçam a narrativa bolsonarista de que Cid foi “chantageado” pela PF, enquanto a defesa de Cid pediu investigação sobre o vazamento, chamando-o de “criminoso”. O STF deve decidir se aceita a denúncia contra Bolsonaro, que pode virar réu, com julgamento previsto a partir de setembro de 2025.

Redação com informações de Veja, Folha de S.Paulo, CNN Brasil, e posts no X.

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