A partir de 10 de abril de 2025, turistas dos EUA, Canadá e Austrália precisarão de visto para entrar no Brasil, seguindo o princípio de reciprocidade de Lula.
A partir de 10 de abril de 2025, o governo brasileiro planeja retomar a cobrança de vistos para turistas provenientes dos Estados Unidos, Canadá e Austrália. A medida, que reverte uma isenção adotada no governo de Jair Bolsonaro em 2019, foi decidida pela gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com base no princípio da reciprocidade, já que esses países exigem vistos de brasileiros. Até o momento, não há indicativos de que o prazo será novamente postergado, conforme fontes internas do governo.
Histórico de Adiamentos e Decisões
A exigência de vistos estava inicialmente prevista para voltar em outubro de 2023, mas enfrentou sucessivos adiamentos — primeiro para janeiro de 2024, depois para abril de 2024 e, por fim, fixada em abril de 2025 por um decreto assinado por Lula em 9 de abril de 2024. A isenção unilateral, implementada por Bolsonaro para estimular o turismo, foi suspensa por Lula em maio de 2023, mantendo a dispensa apenas para o Japão, que oferece reciprocidade aos brasileiros para estadias de até 90 dias. Os adiamentos anteriores ocorreram após pressão do setor turístico e dificuldades logísticas no atendimento aos viajantes.
Impacto Esperado e Reação do Setor Turístico
O setor do turismo manifesta preocupação com a decisão, argumentando que a obrigatoriedade do visto pode reduzir o fluxo de visitantes desses países, importantes emissores de turistas para o Brasil. Durante o governo Bolsonaro, a isenção facilitou a entrada de viajantes, mas a falta de reciprocidade motivou a reversão na política atual. A nova exigência demandará que os turistas obtenham um visto eletrônico (e-Visa), processo que será totalmente digital e custará US$ 80,90, com validade de até 10 anos, dependendo da nacionalidade.
Contexto da Política de Reciprocidade
A retomada da cobrança reflete a postura do governo Lula de alinhar as regras de entrada ao tratamento recebido por brasileiros no exterior. Enquanto a isenção de Bolsonaro visava atrair mais visitantes sem contrapartida, a gestão atual prioriza a igualdade nas relações internacionais. Com o prazo de 10 de abril de 2025 se aproximando, o governo segue sem sinalizar novas prorrogações, indicando que a medida deve, enfim, entrar em vigor.
Texto adaptado de g1 Política e revisado pela nossa redação.