Carla Zambelli pode ser presa a qualquer momento na Itália, diz embaixador brasileiro
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada a 10 anos e 8 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de dados falsos, incluindo um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, pode ser detida a qualquer momento na Itália, segundo o embaixador brasileiro no país, Renato Mosca. Em entrevista ao Estúdio i em 12 de junho de 2025, Mosca afirmou que as autoridades italianas acataram o pedido brasileiro para incluir Zambelli na lista de difusão vermelha da Interpol, e há uma “mobilização para deter a foragida”.
Mobilização policial
Mosca esclareceu que não há uma operação específica de busca, mas as forças policiais italianas estão investigando o paradeiro de Zambelli. Ela pode ser presa em qualquer lugar que não seja considerado “inviolável” sob a lei italiana, como sua residência ou um hotel. Um mandado de prisão provisória para fins de extradição foi emitido com base no pedido da Interpol, referendado pela justiça italiana. Desde que o alerta vermelho foi validado, Zambelli é considerada foragida internacional, e seus dados estão disponíveis para as polícias dos 196 países-membros da Interpol.
Pedido de extradição
O Brasil formalizou o pedido de extradição nesta quinta-feira, 12 de junho, encaminhado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública da Itália. O documento inclui a decisão de condenação do STF, artigos do Código Penal e um resumo para embasar o processo. Segundo Mosca, a cooperação jurídica entre Brasil e Itália é eficaz, com 14 pedidos de extradição de brasileiros em andamento, quatro envolvendo ítalo-brasileiros. Em 2025, um ítalo-brasileiro já foi extraditado, indicando precedente. Embora a Constituição italiana permita a extradição de cidadãos com dupla nacionalidade, como Zambelli, a decisão é soberana e depende do judiciário e do governo italiano.
Processo e defesa
O embaixador destacou que o processo de extradição é jurídico e político, e Zambelli terá amplo direito de defesa na justiça italiana. O trâmite pode levar menos de um ano. Se a Itália recusar a extradição, o caso pode ser submetido às autoridades locais, que decidirão sobre prisão preventiva ou liberdade enquanto analisam o processo, conforme o tratado de extradição Brasil-Itália de 1931. Especialistas citam o caso de Henrique Pizzolato, extraditado da Itália em 2015, como precedente.
Fuga e condenação
Zambelli deixou o Brasil em 25 de maio, cruzando a fronteira terrestre com a Argentina em Foz do Iguaçu, seguindo para os EUA e, depois, para Roma, onde chegou horas antes de seu nome ser adicionado à lista da Interpol, segundo a CNN Brasil. Ela alega perseguição política e busca “regularização” na Itália, onde possui cidadania. Licenciada por 127 dias da Câmara, onde é substituída por Coronel Tadeu, Zambelli nega ser foragida. Além da condenação por cybercrimes, enfrenta processos por posse ilegal de arma e desinformação eleitoral, que resultaram na perda de seu mandato.
Repercussão e implicações
A inclusão na lista da Interpol, confirmada em 5 de junho, e o pedido de extradição intensificam a pressão sobre Zambelli. Postagens no X, como de @choquei, sugerem que o Parlamento italiano estaria em alerta para detê-la, embora sem confirmação oficial. O caso, que eleva Zambelli à sétima brasileira na lista vermelha da Interpol, segundo o UOL, reforça tensões entre bolsonaristas e o STF, com aliados como @pfigueiredo08 questionando a celeridade do processo. A fuga de Zambelli, aliada à saída de outros conservadores como Eduardo Bolsonaro, sinaliza uma crise política que pode impactar o cenário pré-eleitoral de 2026.
Com informações de G1, CNN Brasil, BBC News Brasil, Folha de S.Paulo, e posts no X.