Em entrevista à Rádio POP FM nesta sexta-feira (9), o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), questionou a noção de “candidatura natural” ao comentar a possível disputa do vice-governador Lucas Ribeiro (PP) pelo Governo do Estado em 2026. “Não são títulos honoríficos que definem eleições, mas sim a conexão com as demandas reais da população”, declarou, referindo-se às especulações sobre Ribeiro como sucessor automático na base aliada caso o governador João Azevêdo (PSB) deixe o cargo para concorrer ao Senado.
Lucena reconheceu as qualidades do colega de partido: “Lucas é um jovem capacitado, com experiência política e humanismo admirável”. No entanto, enfatizou que a escolha do candidato deve considerar viabilidade eleitoral e consenso entre as forças políticas. “A decisão final pertence ao povo, que avalia projetos concretos, não rótulos”, completou, em clara resposta às articulações que tentam vincular Ribeiro a uma suposta “herança natural” do atual governo.
As declarações ocorrem em meio a tensões internas no PP. Analistas interpretam as ponderações de Cícero como um alerta: a sucessão estadual será decidida por convenções e estratégias, não por automatismos. “Nenhuma candidatura é entregue de bandeja na política. É preciso construir alianças e demonstrar força real”, comentou fonte próxima ao prefeito, sob anonimato.
O contexto amplia-se com a possível saída de Azevêdo para o Senado, movimento que abriria espaço para reconfigurações na coalizão governista. Ribeiro, que acumula 12 anos na Assembleia Legislativa e dois como vice-governador, ainda não se manifestou publicamente sobre as intenções de disputa. Enquanto isso, Cícero mantém-se como figura influente no PP, articulando-se tanto no cenário municipal quanto estadual.
Texto adaptado de Política da Paraíba e revisado pela nossa redação
