Com 2026 no horizonte, Lula reúne ministério para cobrar resultados e acelerar pautas-chave
Em meio a cobranças públicas por mais agilidade, presidente convoca os 38 ministros para balanço e alinhamento estratégico, visando destravar promessas de campanha e fortalecer o governo para a disputa da reeleição.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou todos os seus 38 ministros para uma reunião no Palácio do Planalto nesta terça-feira (26), em um movimento que sinaliza urgência e a necessidade de realinhar a estratégia do governo. Com a disputa pela reeleição em 2026 como principal pano de fundo, o encontro tem o objetivo de fazer um balanço das ações, cobrar resultados e acelerar a entrega de projetos considerados vitais para a popularidade da gestão.
A reunião ocorre em um momento de pressão, com o próprio presidente reclamando publicamente da lentidão da máquina pública e da falta de comunicação sobre problemas. “Se não chegam ao presidente, as coisas não acontecem”, afirmou Lula em um evento recente. Enquanto isso, a oposição, liderada por governadores de direita como Tarcísio de Freitas (SP) e Romeu Zema (MG), já se articula para a sucessão presidencial, aproveitando a inelegibilidade de Jair Bolsonaro.
Prioridades na mesa: Da isenção do IR ao Gás para Todos
Na pauta do encontro estão as prioridades legislativas e executivas para os próximos 16 meses. Entre as principais, destaca-se a aprovação da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, uma das principais promessas de campanha de Lula. O projeto enfrenta negociações no Congresso sobre as fontes de compensação para a perda de arrecadação.
Outra grande aposta do governo é o lançamento do programa “Gás para Todos”, uma nova e ampliada versão do Auxílio Gás. A iniciativa, que visa beneficiar 17 milhões de famílias de baixa renda, é considerada pela equipe de Lula uma ferramenta crucial para impulsionar a aprovação do presidente, especialmente no ano eleitoral. Completam a lista de prioridades a PEC da Segurança Pública e a regulamentação das big techs.
Os desafios no Congresso e o fantasma das obras paradas
Apesar do plano ambicioso, o governo enfrenta obstáculos significativos. A principal vitrine de investimentos, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), sofre com restrições orçamentárias e um ritmo lento de execução. Para cumprir as metas do arcabouço fiscal, o governo realizou um bloqueio de R$ 10,7 bilhões no orçamento deste ano, o que afeta diretamente os recursos do programa.
O cenário é agravado por dados do Tribunal de Contas da União (TCU), que em abril apontavam que mais de 11 mil obras mapeadas pelo programa estavam paralisadas, o que representa mais de 50% do total, com grande impacto nas áreas de educação e saúde. Acelerar essas entregas sem comprometer o equilíbrio fiscal é, hoje, o maior quebra-cabeça da gestão.
A reunião ministerial funciona, portanto, como uma tentativa de recalibrar a rota. O governo corre contra o tempo para transformar projetos em resultados concretos que melhorem a percepção da população, enquanto navega em um Congresso exigente e em um cenário de contas públicas apertadas. O sucesso em superar esses desafios nos próximos meses será decisivo para o capital político com que Lula chegará à disputa de 2026.
Da redação com informações do g1
Redação do Movimento PB [IGI-GOE-26082025-094541-B7E3-V12.4]
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