Ex-procurador acusa presidente da Câmara de temer investigações no STF e ser conivente com punições desproporcionais.
Deltan Dallagnol acusa Hugo Motta de recusar a anistia a condenados dos atos de 8/1 por medo de represálias do STF, chamando sua postura de “covardia”. Oposição anuncia obstrução na Câmara.
Acusações e resposta nas redes sociais
O ex-deputado Deltan Dallagnol (Novo) atacou publicamente o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), alegando que ele evita votar a anistia aos envolvidos nos protestos de 8 de janeiro de 2023 por receio de investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). Em publicação no X (antigo Twitter), Dallagnol afirmou:
“Derrubar a anistia e ser conivente com injustiças contra pessoas simples por medo de as investigações contra você avançarem no STF. É covardia que chama né?”
A crítica foi uma resposta a uma lista publicada por Motta sobre seus princípios “intocáveis”, que incluíam temas como “diálogo na política” e “respeito à liberdade religiosa”.
Motta defere decisão ao Colégio de Líderes
Na semana passada, Motta anunciou que não pautaria o requerimento de urgência para o projeto de anistia, argumentando que a maioria dos líderes partidários — representando cerca de 400 deputados — optou pelo adiamento. Ele destacou que a decisão não encerra o debate:
“O Colégio de Líderes discutiu exaustivamente […] Líderes que representam quase 500 parlamentares decidiram adiar a pauta. Isso não significa que não buscaremos uma solução.”
O presidente da Câmara reforçou seu compromisso com o diálogo, especialmente com partidos de oposição, como PL e Novo, que pressionavam pela votação.
Oposição reage com obstrução
Em resposta à postura de Motta, partidos oposicionistas anunciaram obstrução total às votações na Câmara. A medida é uma tentativa de forçar a discussão sobre o projeto, que beneficiaria condenados por atos considerados “injustos” por críticos do STF.
—
Texto adaptado de fonte pública e revisado pela nossa redação.