Eduardo Bolsonaro critica Alexandre de Moraes nos EUA, admite risco de prisão do pai e pede orações

Deputado participou de conferência conservadora, atacou decisões do STF e afirmou que Justiça brasileira persegue conservadores.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) usou o palco da Cpac (Conferência de Ação Política Conservadora) nos Estados Unidos nesta quinta-feira (20) para criticar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e pedir orações para seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Eduardo classificou como infundada a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro, acusado de tentar tramar um golpe de Estado, e admitiu a possibilidade de prisão do ex-presidente.

Acusações de perseguição judicial

Em seu discurso, Eduardo afirmou que o sistema judicial brasileiro tem sido usado para perseguir conservadores e comparou as acusações contra Bolsonaro aos casos de líderes oposicionistas em Venezuela, Cuba e Nicarágua. Segundo ele, as ações judiciais no Brasil seriam uma tentativa de “silenciar dissidentes” sob o pretexto de proteger a democracia.

“Meu país se tornou um laboratório para censura e autoritarismo judicial desde 2019”, declarou Eduardo, alegando que decisões judiciais têm servido para controlar narrativas e criminalizar a oposição.

Ataques a Alexandre de Moraes

Eduardo Bolsonaro criticou diretamente Alexandre de Moraes, acusando-o de exercer um poder “irrestrito” e de decidir quem pode falar, concorrer a cargos e até ser preso. Também citou a ordem de bloqueio do X (antigo Twitter) no Brasil, emitida por Moraes após a rede social se recusar a cumprir determinações judiciais, destacando o atrito com Elon Musk, dono da plataforma.

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O deputado defendeu ainda o ex-deputado Daniel Silveira, que foi preso após publicar vídeos atacando ministros do STF. Eduardo afirmou que as ações de Moraes seriam um exemplo claro de censura e abuso de poder.

Eleições de 2026 e influência externa

Eduardo Bolsonaro sugeriu que as ações contra seu pai fazem parte de uma estratégia para impedir sua candidatura em 2026. Ele alertou que, sem Bolsonaro no páreo, o Brasil ficaria vulnerável à influência da China. Além disso, alegou, sem apresentar provas, que a Usaid (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) teria financiado organizações brasileiras para influenciar as eleições de 2022. As entidades citadas negam essa acusação.

Eduardo também pediu anistia para os presos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e apelou por apoio internacional contra o que chamou de perseguição judicial.

“Rezem pelo meu pai. Rezem pelos brasileiros que estão presos agora pelo 8 de janeiro”, solicitou o deputado, tentando mobilizar a comunidade conservadora internacional.

As declarações de Eduardo Bolsonaro reforçam a estratégia de defesa do ex-presidente e intensificam a polarização política no Brasil, num momento em que as investigações sobre o suposto plano golpista avançam e podem resultar em novas ações judiciais contra aliados de Bolsonaro.

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