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Ex-aliado Julian Lemos chama Bolsonaro de “frouxo e sem honra” e critica bolsonaristas

O ex-deputado federal Julian Lemos (União Brasil-PB), outrora aliado próximo de Jair Bolsonaro, atacou o ex-presidente em entrevista ao PoderCast, publicada pelo Poder Paraíba em 12 de junho de 2025, chamando-o de “frouxo”, “catraia” e “sem honra”. Lemos, que coordenou a campanha de Bolsonaro no Nordeste em 2018, também disparou contra seus apoiadores: “Quem ainda é bolsonarista é burro e imbecil”. Ele acusou Bolsonaro de abandonar aliados presos após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e de usar a base evangélica para evitar a cadeia.

Declarações de Lemos

No podcast, Lemos afirmou que Bolsonaro “nunca teve índole leal” e que sua trajetória é marcada por traições. “Eu sei quem ele é. Estive com ele quando não tinha 2% nas pesquisas. Ele me chamava de ‘irmão’, mas me apunhalou pelas costas”, disse, citando sua exclusão do círculo bolsonarista após defender Gustavo Bebianno em 2019. Lemos alegou que Bolsonaro arrecadou R$ 17 milhões para apoiadores presos, mas não ajudou ninguém, usando os recursos para interesses pessoais. Ele também reiterou, sem provas, que Bolsonaro teria agredido Michelle Bolsonaro em 2020, reforçando a narrativa de um casamento de fachada.

Contexto do rompimento

Lemos, eleito deputado em 2018 na onda bolsonarista, rompeu com Bolsonaro em 2019 após desavenças com Carlos Bolsonaro, a quem chamou de “sociopata” em 2024, gerando um processo por danos morais. Em 2022, acusou Bolsonaro de ser “covarde” por deixar o país antes da posse de Lula, especulada como tentativa de evitar investigações. Em postagens no X, como em 11 de junho de 2025, Lemos escreveu: “Não existe honra em ser bolsonarista. Saiam disso, não sejam mais usados” (@JulianLemosopb1). Ele também respondeu a provocações de Eduardo Bolsonaro em 2022, chamando-o de “rola miúda” e “maconheiro”.

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Repercussão

As falas de Lemos geraram reações polarizadas. No X, @matheusccq destacou a frase “quem ainda é bolsonarista é burro”, enquanto @caldpolitico reforçou a crítica à deslealdade de Bolsonaro. Bolsonaristas, como @BolsonaroSP, contra-atacaram, acusando Lemos de ressentimento por não ser reeleito em 2022, quando obteve 36.530 votos e ficou como suplente. A esquerda, representada por figuras como Gleisi Hoffmann, usou as declarações para reforçar a narrativa de desmoronamento do bolsonarismo, enquanto aliados de Bolsonaro, como Damares Alves, minimizaram o impacto, chamando Lemos de “irrelevante”.

Implicações políticas

As críticas de Lemos, que já acusou Bolsonaro de ser um “falso profeta” em entrevista à Revista Nordeste em 2024, refletem a fragmentação da base bolsonarista às vésperas das eleições de 2026. Sua postura, somada à fuga de Carla Zambelli e à delação de Mauro Cid, enfraquece a imagem de Bolsonaro, réu no STF por tentativa de golpe. O ex-deputado, que enfrentou denúncias de violência doméstica arquivadas entre 2013 e 2016, busca se reposicionar como crítico do bolsonarismo, mas enfrenta resistência de ambos os lados da polarização política.

Com informações de Poder Paraíba, WSCOM, Veja, Congresso em Foco, e posts no X.

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