Flávio Bolsonaro Defende Indulto ao Pai e Anistia do 8 de Janeiro para 2026
Flávio Bolsonaro diz que candidato apoiado por Jair em 2026 deve garantir indulto ao ex-presidente e anistia do 8 de Janeiro, citando até “uso da força”.
O Que Disse Flávio Bolsonaro
Em entrevista à Folha de S.Paulo neste sábado, 14 de junho de 2025, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que o candidato apoiado pela extrema-direita em 2026 deve se comprometer a conceder um indulto presidencial ao pai, caso vença as eleições. Jair Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por seu papel central na tentativa de golpe após a derrota para Lula (PT) em 2022. Flávio destacou que o indulto só será válido se o STF “respeitar os demais Poderes”, mencionando a possibilidade de “uso da força” para garanti-lo, embora tenha dito que não fala em tom de ameaça, mas como “análise de cenário”.
A Questão do Indulto
Flávio argumentou que, se Jair Bolsonaro for condenado, um presidente aliado deveria não apenas conceder o indulto, mas assegurar que o STF não o anule. Ele alertou para o risco de o Supremo declarar o perdão inconstitucional, o que, segundo ele, levaria os condenados de volta à prisão, criando um conflito entre Poderes. “Bolsonaro apoia alguém, esse candidato se elege, dá um indulto ou faz a composição com o Congresso para aprovar a anistia, em três meses isso está concretizado, aí vem o Supremo e fala: é inconstitucional, volta todo mundo para a cadeia. Isso não dá”, disse o senador.
Anistia do 8 de Janeiro
Além do indulto, Flávio defendeu a anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de Janeiro como uma “saída honrosa” para todos, incluindo o STF, o ministro Alexandre de Moraes e o Congresso. Ele sugeriu que a medida pacificaria o país, alegando que Moraes teria cometido “abusos de autoridade” durante as investigações. A proposta de anistia tem sido articulada no Congresso, mas enfrenta resistência, com o STF já sinalizando que crimes contra a democracia, como os do 8 de Janeiro, não são passíveis de perdão.
Estratégia Eleitoral para 2026
Apesar de Jair Bolsonaro estar inelegível até 2030 por decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Flávio insiste na candidatura do pai em 2026, mas abriu espaço para outros nomes. Ele mencionou governadores de direita como Ratinho Jr. (PSD-PR), Romeu Zema (Novo-MG) e Ronaldo Caiado (União-GO) como possíveis candidatos com apoio bolsonarista. Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) também foi citado como uma opção forte. Flávio se disse “lisonjeado” por ser cotado à Presidência, mas afirmou que buscará a reeleição ao Senado, sugerindo que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Michelle Bolsonaro (PL) também concorram a vagas no Senado.
Impacto Político
As declarações de Flávio reforçam a centralidade de Jair Bolsonaro no projeto político da direita, mesmo diante de desafios jurídicos. A menção ao “uso da força” gerou polêmica, sendo interpretada por críticos como uma ameaça velada ao STF, enquanto aliados veem como um alerta sobre tensões institucionais. O senador também criticou o que chama de “ditadura do Judiciário”, ecoando o discurso bolsonarista contra Moraes e o STF. Para analistas, a estratégia de Flávio visa mobilizar a base bolsonarista, mas pode afastar aliados moderados no Congresso, onde a anistia enfrenta resistência.
O Que Está em Jogo
O futuro de Jair Bolsonaro depende do desfecho de seu julgamento no STF, previsto para 2025, e das articulações no Congresso por anistia ou indulto. A insistência em sua candidatura, mesmo inelegível, e a pressão por perdão judicial mantêm a polarização política. No Brasil, onde a estabilidade institucional é essencial para o desenvolvimento, o discurso de confronto com o STF pode agravar tensões. Flávio aposta que a força das ruas e a lealdade da base garantirão o projeto bolsonarista, mas o caminho até 2026 permanece incerto.
Fontes: Com informações de Folha de S.Paulo, CartaCapital e O Globo.