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Lewandowski revela R$ 140 bilhões em transações ilícitas e diz que megaoperação é só a ‘ponta do iceberg’

Em entrevista, ministro da Justiça detalha resultados da ação contra o crime no setor de combustíveis, que já bloqueou R$ 3,2 bilhões, e afirma que investigações vão agora descobrir a ‘base’ do esquema.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, revelou a dimensão colossal do esquema criminoso alvo da megaoperação deflagrada nesta quinta-feira (28). Em entrevista à Voz do Brasil, ele afirmou que as investigações já identificaram R$ 140 bilhões em movimentações ilícitas e que a ação, que mira a infiltração de facções no setor de combustíveis, é apenas a “ponta de um iceberg”.

A declaração do ministro eleva drasticamente a escala da “Operação Carbono Oculto” e suas associadas, “Quasar” e “Tanque”. Segundo Lewandowski, a ofensiva já resultou no bloqueio e sequestro de mais de R$ 3,2 bilhões em bens e valores. “Nós descobrimos a ponta desse iceberg e vamos agora descobrir a base”, prometeu o ministro, sinalizando que as investigações devem se aprofundar ainda mais na estrutura financeira do crime organizado.

Sufocar o crime financeiramente: a nova doutrina da segurança pública

Lewandowski detalhou a mudança de estratégia do governo no combate às facções. Ele explicou que os “instrumentos tradicionais”, focados apenas na repressão policial, se mostraram insuficientes. A nova abordagem, segundo ele, é “multissetorial e multidisciplinar”, envolvendo análises financeiras, contábeis e fiscais para entender e desmantelar a complexa engenharia econômica do crime.

“A grande preocupação que os órgãos de segurança têm é com a descapitalização do crime organizado. O crime organizado precisa ser sufocado financeiramente”, ressaltou o ministro. Para isso, a participação da Receita Federal foi “importantíssima” para rastrear o caminho do dinheiro, que era “lavado” por meio de fintechs e administradores de fundos financeiros, em um processo que ele descreveu como a “migração do crime organizado da ilegalidade para a legalidade”.

De fintechs a mais de mil postos de gasolina: a anatomia do esquema

A investigação revelou a vastidão da rede criminosa. Além da sonegação e da lavagem de dinheiro, o esquema envolvia a adulteração de combustíveis, utilizando uma rede de importação de metanol que era desviado para fins ilícitos. O ministro atualizou um dado impressionante: as autoridades já identificaram mais de mil postos de gasolina envolvidos no esquema, seja para lavar dinheiro ou para vender produtos adulterados aos consumidores.

Ao todo, foram cumpridos quase 400 mandados judiciais, incluindo 14 de prisão. Lewandowski adiantou que, com a análise dos documentos apreendidos, novas operações devem ser realizadas em breve. A fala do ministro confirma que a megaoperação não é um ato isolado, mas o início de uma ofensiva contínua e aprofundada contra as bases econômicas que sustentam o poder das facções no Brasil, um desafio que exige uma resposta integrada e persistente do Estado em todas as suas frentes.

Da redação com informações da Agência Brasil

Redação do Movimento PB [GMN-GOO-290822025-220115-A1C8F4-15P]


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