Lula critica ataques dos EUA ao Irã e alerta para riscos globais
O governo Lula condenou ataques dos EUA ao Irã, apontando violação de soberania e riscos à paz mundial.
Contexto dos ataques
Em 22 de junho de 2025, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) condenou os ataques aéreos dos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas, incluindo Fordow, Natanz e Isfahan. Em nota do Itamaraty, o Brasil expressou “grave preocupação” com a escalada militar no Oriente Médio, classificando a ofensiva como uma violação da soberania do Irã e do direito internacional. Lula republicou o comunicado em suas redes sociais.
Posicionamento brasileiro
O Ministério das Relações Exteriores destacou que ataques a instalações nucleares contrariam a Carta da ONU e normas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), expondo civis a riscos de contaminação radioativa e desastres ambientais. O Brasil defendeu uma solução diplomática urgente para interromper o ciclo de violência, alertando que a escalada pode causar “danos irreversíveis” à paz global e ao regime de não proliferação nuclear.
Relações Brasil-Irã
As relações entre Brasil e Irã vivem um momento de estabilidade, com reuniões frequentes em 2025 para a Cúpula do Brics, que ocorrerá em julho no Rio de Janeiro. O Irã integrou o bloco em 2024, e seu presidente, Masoud Pezeshkian, vê os Brics como alternativa ao domínio dos EUA. Já os Estados Unidos, segundo maior parceiro comercial do Brasil, com US$ 80 bilhões em trocas em 2024, defendem os ataques como medida para conter o programa nuclear iraniano.
Reações internacionais
China e Rússia também condenaram os ataques, alinhando-se ao Brasil. A Rússia chamou a ação de “irresponsável”, enquanto a mídia chinesa comparou a ofensiva à invasão do Iraque em 2003. Por outro lado, o presidente dos EUA, Donald Trump, celebrou o “sucesso militar espetacular” e ameaçou novos ataques caso o Irã não busque a paz. Israel, que realizou ataques preventivos em 12 de junho, foi citado na nota brasileira como parte do conflito.
Impactos e perspectivas
A escalada militar ameaça a estabilidade regional e global, com possíveis reflexos na economia brasileira, como alta nos preços de combustíveis devido à instabilidade no Oriente Médio. O Brasil, que já mediou um acordo nuclear com o Irã em 2010 sem sucesso, reforça sua postura de diálogo e multilateralismo, mas enfrenta críticas internas por sua posição, com alguns acusando o governo de alinhamento com regimes autoritários.