O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (20) que o ex-presidente Jair Bolsonaro ao pedir anistia estaria, na prática, admitindo culpa. A declaração foi dada durante entrevista à Rádio Tupi, do Rio de Janeiro, após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar Bolsonaro e outras 33 pessoas por uma suposta tentativa de golpe de Estado.
“Ele deveria estar dizendo: sou inocente”
Lula criticou a postura do ex-presidente e afirmou que, em vez de defender o perdão judicial, Bolsonaro deveria se concentrar em provar sua inocência.
“Quando o ex-presidente fica pedindo anistia, está provando que é culpado, que cometeu crime. Ele deveria estar falando ‘vou provar minha inocência’”, declarou o presidente.
O petista ironizou a situação ao mencionar trechos da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que revelou detalhes da suposta trama golpista.
Denúncia e investigações
Na terça-feira (18), a PGR apresentou denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra Bolsonaro e aliados, acusando-os de planejar um golpe entre 2021 e 2023 para impedir a posse de Lula. A delação de Mauro Cid embasou parte da acusação.
Na quarta-feira (19), Lula havia adotado um tom mais cauteloso ao falar sobre o caso, afirmando que todos têm direito à presunção de inocência e a um julgamento justo.
“Se provarem que não tentaram dar um golpe, serão cidadãos livres. Se forem considerados culpados, terão que pagar pelo erro”, declarou.
O STF deve julgar o caso ainda em 2025.