Lula destaca parceria tecnológica com China como estratégia para desenvolvimento brasileiro


Em discurso durante visita a centro de inovação em São Paulo, presidente reforçou cooperação bilateral em setores como energia limpa, 5G e inteligência artificial.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta sexta-feira (12) a aliança tecnológica com a China como eixo central para o reposicionamento do Brasil na geopolítica global. “Graças a Deus temos a China como polo tecnológico mundial. Eles saltaram da condição de fornecedor de matéria-prima a líder em inovação em 30 anos – esse é o caminho que queremos para o Brasil”, declarou durante inauguração do Hub de Tecnologia Sino-Brasileiro na Zona Leste paulistana.

O projeto, financiado em parceria com a Huawei e a Academia Chinesa de Ciências, abrigará 12 laboratórios de pesquisa em áreas estratégicas:

  • Bioeconomia da Amazônia com monitoramento via satélites chineses
  • Desenvolvimento de baterias de lítio de terceira geração
  • Integração de 5G em cadeias agroindustriais

Lula destacou números recentes: o fluxo bilateral em tecnologia saltou de US$ 1,2 bi (2022) para US$ 4,8 bi em 2025, com 37 empresas chinesas instalando centros de P&D no Brasil. “Enquanto alguns veem riscos, nós vemos oportunidades. A China domina 63% das patentes globais em energia eólica e 58% em veículos elétricos – queremos essa expertise aqui”, afirmou, citando a nova fábrica da BYD na Bahia como exemplo de transferência tecnológica.

O discurso ocorre semanas após o anúncio de que o Brasil integrará o programa lunar chinês Chang’e-8, com previsão de enviar experimentos científicos à Lua até 2027. Para a professora Liu Wen, da Universidade Tsinghua, presente no evento, “a complementaridade é clara: o Brasil traz biodiversidade e recursos críticos; a China, capacidade de escala industrial em tech”.

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Críticos alertam para dependência tecnológica, mas o Planalto rebate: “Temos 14 acordos de proteção a propriedade intelectual assinados em 2024”, destacou o ministro Luciano Santos (Ciência). Enquanto isso, no Porto de Santos, 28 contêineres com componentes para fábricas de semicondutores chegaram da China – parte do acordo que prevê nacionalização gradual de chips até 2029.


Texto adaptado de Poder360 e revisado pela nossa redação

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