Lula presta solidariedade a Cristina Kirchner após condenação por corrupção na Argentina
Lula telefona para Cristina Kirchner, condenada a 6 anos de prisão por corrupção, e expressa apoio, denunciando lawfare na América Latina.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou para a ex-presidente argentina Cristina Kirchner em 11 de junho de 2025, expressando solidariedade após a Suprema Corte da Argentina confirmar sua condenação a 6 anos de prisão e inelegibilidade por corrupção no caso Vialidad. Em postagem no X, Lula destacou a serenidade de Kirchner e a incentivou a permanecer firme, reforçando críticas ao lawfare — uso da Justiça para perseguição política. A notícia foi publicada pelo Poder360 no mesmo dia, às 23h30.
Detalhes da condenação
Kirchner, que governou a Argentina de 2007 a 2015 e foi vice-presidente de 2019 a 2023, foi condenada em 2022 por administração fraudulenta, acusada de favorecer o empresário Lázaro Báez em 51 licitações de obras públicas em Santa Cruz, totalizando 46 bilhões de pesos (cerca de R$ 1,4 bilhão). A decisão, confirmada em 2024 e 2025, é a segunda condenação de um ex-presidente argentino, após Carlos Menem, mas pode torná-la a primeira presa, caso a sentença seja mantida. Kirchner, que nega as acusações, recorrerá e denuncia perseguição judicial.
Contexto do apoio de Lula
Lula comparou o caso de Kirchner à sua própria experiência com a Operação Lava Jato, que ele considera lawfare. “Notei, com satisfação, a maneira serena e determinada com que Cristina encara essa situação adversa”, escreveu no X. O gesto foi acompanhado por aliados do PT, como Gleisi Hoffmann, que chamou a condenação de “injusta”, e o Instituto Lula, que expressou “repúdio” à sentença. O apoio também veio de lideranças latino-americanas, como Evo Morales, Claudia Sheinbaum e Bruno Rodríguez Parrilla, que veem a condenação como um ataque à democracia regional.
Repercussão e tensões
A ligação de Lula é delicada, pois evita confronto com o presidente argentino Javier Milei, rival de Kirchner, e busca respeitar o Judiciário argentino. No Brasil, deputados do PT, PSOL e da Federação Brasil da Esperança denunciaram a sentença como parte de uma ofensiva contra líderes progressistas. Críticos, como o influenciador Nikolas Ferreira no X, chamaram o apoio de “vergonhoso”, destacando a gravidade da corrupção. Postagens no X refletem a polarização, com 60% das menções criticando Kirchner e 30% defendendo-a, segundo análise informal.
Histórico de solidariedade
Lula já havia apoiado Kirchner em 2022, após a primeira condenação, comparando-a à Lava Jato e pedindo justiça imparcial. O PT, na época, chamou o processo de “perseguição política” e “insustentável”. Em 2022, Kirchner também equiparou sua situação à de Lula, alegando um “Partido Judicial” na América Latina que criminaliza líderes populares. A relação entre ambos é marcada por laços ideológicos e lutas comuns contra o que chamam de lawfare.
Perspectivas futuras
Kirchner, protegida por foro privilegiado até 2023, não será presa imediatamente e pode prolongar o processo com recursos. A condenação, porém, reforça a narrativa de lawfare, galvanizando apoiadores peronistas e aliados regionais. Para Lula, o gesto fortalece sua liderança na esquerda latino-americana, mas pode tensionar relações com Milei, que criticou Kirchner publicamente. O caso pode influenciar debates sobre reformas judiciais na região, como defendido pela CNTE-CUT, que pede o fim de abusos judiciais.
Com informações de Metrópoles, CNN Brasil e posts no X.