Marcos do Val Diz Ter Orientado Voto de Fux para Evitar Sanções dos EUA; Senador Apaga Vídeo
Em gravação, parlamentar afirma ter se reunido com ministro do STF e recomendado voto divergente no julgamento de Bolsonaro para que magistrado não ‘entrasse na lista’ de punidos por Washington.
O senador licenciado Marcos do Val (Podemos-ES) publicou um vídeo polêmico nesta quarta-feira (10), no qual afirma ter se reunido com o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o orientado a votar contra a condenação de Jair Bolsonaro na ação penal do golpe. A gravação foi apagada das redes sociais horas depois, mas seu conteúdo já havia sido reproduzido pela imprensa.
No vídeo, Do Val, conhecido por suas declarações controversas, sugere que sua “orientação” a Fux teria como objetivo evitar que o ministro fosse incluído na lista de autoridades brasileiras que sofrem sanções do governo de Donald Trump. As punições, segundo o senador, são uma resposta ao que os EUA consideram uma perseguição a Bolsonaro.
O Alerta sobre as Sanções Americanas
A pressão do governo norte-americano sobre o judiciário brasileiro é um elemento central na narrativa de Do Val. Oito ministros da Corte já tiveram seus vistos revogados, e o relator da ação, Alexandre de Moraes, foi alvo da Lei Magnitsky. No vídeo, o senador detalha a suposta conversa com o ministro do STF.
“Fiz a reunião. Foi excelente. (…) Eu disse a ele: segue, inicia discordando do que tá acontecendo, do que o STF está fazendo, porque o seu nome vai entrar na lista. E expliquei o que era a lista. Inicialmente perde visto”, afirmou Do Val na gravação.
O Voto Divergente de Fux
Coincidentemente ou não, o voto de Luiz Fux no julgamento, iniciado nesta quarta, de fato divergiu da posição dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, que votaram pela condenação dos réus. Fux votou pela absolvição das acusações de organização criminosa e deterioração do patrimônio, além de ter levantado questões preliminares sobre a competência do STF para julgar o caso.
Histórico Controverso e a Nota de Esclarecimento
Marcos do Val afirma, sem apresentar provas, ter discutido o tema das sanções com membros do governo americano durante uma viagem aos EUA em julho, realizada à revelia de uma decisão de Moraes que havia retido seu passaporte. A viagem resultou em uma operação da Polícia Federal contra o parlamentar e no uso de tornozeleira eletrônica.
Após a repercussão do vídeo, o senador publicou uma nota no Instagram com um tom mais ameno, afirmando que seu contato com Fux “ocorreu exclusivamente por canais institucionais e registrados”, como e-mails oficiais, e que poderia provar a estrita observância do respeito entre os Poderes.
Intriga e Pressão
Independentemente da veracidade das alegações de Marcos do Val, suas declarações — e o ato de publicá-las e depois apagá-las — lançam uma sombra de intriga política sobre um julgamento já extremamente tenso. A fala do senador alimenta a narrativa de que o processo no STF está sujeito a pressões externas, neste caso, de uma potência estrangeira. Enquanto a nota oficial tenta enquadrar a comunicação como institucional, a alegação inicial de uma “orientação” para escapar de sanções contamina o debate público, erodindo ainda mais a confiança nas instituições em um momento crítico para a democracia brasileira.
Da redação com informações do portal CartaCapital
Redação do Movimento PB [NMG-OOG-11092025-F8G9H0-15P]
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