BRBrasilPolítica

Mensagens reveladas pela PF mostram os planos de Bolsonaro para “salvar” sua própria pele

Rascunho para asilo na Argentina, desavenças com o filho Eduardo, coordenação com Silas Malafaia e descumprimento de medidas cautelares compõem o quadro da investigação da Polícia Federal

Um novo relatório da Polícia Federal (PF) trouxe à tona uma série de revelações sobre os bastidores da vida política de Jair Bolsonaro e sua família. As mensagens, encontradas em celulares e equipamentos apreendidos, indicam que o ex-presidente e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, planejavam uma série de ações para contornar as investigações em curso. Entre os fatos mais relevantes estão o rascunho de um pedido de asilo político na Argentina, a articulação com aliados para uma “anistia light” e o descumprimento de medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

As estratégias de Bolsonaro para se proteger

As investigações da PF revelam uma estratégia dupla para “salvar” o ex-presidente. Em um dos rascunhos de mensagens, endereçado ao presidente argentino Javier Milei, Bolsonaro se define como um “perseguido por motivos e por delitos essencialmente políticos”. A mensagem, que seria um pedido de asilo, mostra a preocupação do ex-presidente em fugir de uma possível prisão. A PF também encontrou mensagens de Eduardo Bolsonaro para o pai, sugerindo que o foco da “anistia” não seria para os condenados dos atos de 8 de janeiro, mas sim para garantir a impunidade de Bolsonaro na ação por tentativa de golpe de estado, o que gerou atritos com o pai e outras figuras políticas.

O papel dos aliados e as desavenças familiares

O relatório da PF aponta que o pastor Silas Malafaia atuou como um coordenador de Bolsonaro, pedindo que ele mobilizasse deputados para postar vídeos e promover manifestações em favor de sua anistia. As mensagens mostram que Malafaia tinha uma linha de atuação alinhada à de Bolsonaro e seu filho Eduardo, embora em outras conversas tenha chamado o deputado de “babaca”, “inexperiente” e “idiota”, mostrando as desavenças internas no círculo mais próximo do ex-presidente. A intensa troca de acusações e xingamentos entre Eduardo e o pai, revelada pela PF, indica um relacionamento familiar conturbado e demonstra a pressão que a família enfrentava com a escalada das investigações.

A PF também descobriu que Bolsonaro tentou descumprir as medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, que o impediam de usar redes sociais e de manter contato com outros investigados. A investigação revelou que, após a apreensão de seu primeiro celular, o ex-presidente ativou um novo aparelho para continuar a propagar mensagens em redes sociais e em listas de transmissão no WhatsApp. Além disso, o relatório mostra que o ex-ministro Walter Souza Braga Netto utilizou um celular pré-pago para se comunicar com Bolsonaro, driblando a proibição judicial.

Coordenação com Trump e contas bancárias suspeitas

A investigação da PF também identificou que Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA, atuou para coordenar ações com o círculo político de Donald Trump. Mensagens mostram que ele pediu ao pai que fizesse um agradecimento público a Trump após os EUA aplicarem tarifas sobre produtos brasileiros, numa tentativa de garantir o apoio do ex-presidente americano em sua luta contra o STF. Quinze dias depois da mensagem de Eduardo, os EUA aplicaram a Lei Magnitsky, impondo restrições financeiras ao ministro Alexandre de Moraes. A PF também investiga se Eduardo usou a conta bancária de sua esposa, e Bolsonaro a de Michelle, para ocultar recursos e evitar possíveis bloqueios. Os fatos revelados pela PF indicam um complexo esquema de articulação e desvio de conduta por parte da família e seus aliados, com o objetivo de minar as investigações e manter a impunidade do ex-presidente.

Da redação com informações da Folha de S.Paulo, TV Globo e g1

Redação do Movimento PB GME-GOO-21082025-C6A9B4-25F


Descubra mais sobre Movimento PB

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.