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Moraes endurece restrições e determina monitoramento policial integral de Bolsonaro em prisão domiciliar

Decisão do ministro do STF impõe vigilância em tempo real na residência do ex-presidente, em resposta a investigações sobre coação de autoridades e suposto descumprimento de medidas cautelares.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (26) o endurecimento das medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ordenando o seu monitoramento policial integral e em tempo real. A decisão significa que equipes da Polícia Penal do Distrito Federal passarão a vigiar a residência onde Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, em um novo e tenso capítulo da saga jurídica do ex-mandatário.

Na decisão, Moraes ressalta que a vigilância deve ser executada de forma discreta, com o objetivo de garantir o cumprimento das restrições judiciais. O ministro determinou que a operação deve “evitar a exposição indevida, abstendo-se de toda e qualquer indiscrição, inclusive midiática”, e não deve perturbar a vizinhança ou invadir a esfera domiciliar do réu. A escolha sobre o uso de uniformes ou armamentos ficará a critério da equipe policial.

Prisão por coação e a conexão com o ‘tarifaço’ de Trump

É crucial entender que, embora Bolsonaro seja réu em um processo por tentativa de golpe de Estado, com julgamento marcado para iniciar em setembro, não foi por este motivo que sua prisão domiciliar foi decretada. A medida cautelar foi imposta por Moraes no âmbito de um outro inquérito, que investiga Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, por supostamente coagirem autoridades responsáveis pelo processo do golpe.

Essa investigação ganhou uma dimensão internacional. Segundo apurações, Eduardo Bolsonaro tem atuado junto ao governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, em busca de apoio para anistiar os envolvidos na tentativa de golpe. O próprio Trump justificou a recente imposição de um “tarifaço” de 50% sobre produtos brasileiros como uma resposta ao que ele classificou de “caça às bruxas” contra seu aliado político.

Risco de fuga e descumprimento de ordens

A decisão de Moraes ocorre enquanto a Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda analisa outras questões pendentes, como o suposto descumprimento por Bolsonaro de ordens judiciais anteriores, incluindo a proibição de uso de redes sociais. Além disso, a PGR avalia um suposto risco de fuga, levantado após a descoberta de uma minuta de pedido de asilo à Argentina no celular do ex-presidente.

O reforço no monitoramento sinaliza que o STF está elevando o nível de vigilância para assegurar que as determinações da Corte sejam cumpridas à risca. A medida representa uma resposta direta às suspeitas de que o ex-presidente e seu entorno continuam agindo para obstruir a justiça e interferir nos processos, transformando a disputa jurídica em uma crise com implicações políticas e diplomáticas cada vez mais profundas.

Da redação com informações de agências de notícias

Redação do Movimento PB [GMN-GOO-27082025-C4A1B9-15P]


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