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“Morto” assina documento em projeto de Carlos Jordy, levantando suspeitas de desvio de verbas

Um escândalo envolvendo dinheiro público e uma “assinatura fantasma” abala o cenário político do Rio de Janeiro. Um homem, falecido há quase três meses, “assinou” um documento apresentado por uma ONG em um projeto de aulas gratuitas de esporte, financiado com uma emenda parlamentar de R$ 4,8 milhões do deputado Carlos Jordy (PL-RJ).

O caso, divulgado pelo UOL, joga holofotes sobre o Instituto Realizando o Futuro e o projeto “Mais Rio em Movimento”. A polêmica assinatura foi encontrada em um documento utilizado em uma pesquisa de preços da ONG para contratar serviços de locação de carros com combustível para o projeto. Uma das propostas, datada de 23 de fevereiro de 2024, apresentada pela empresa Transtar Serviços Empresariais, trazia o nome e a assinatura de Edson Diniz Ângelo — que, surpreendentemente, havia morrido em 30 de novembro de 2023, aos 66 anos.

Este documento macabro reforça as suspeitas de que ONGs supostamente envolvidas em desvio de recursos públicos estariam utilizando pesquisas de preços com “cartas marcadas”, favorecendo empresas específicas. A prática consistiria em desviar recursos através da contratação dessas empresas — algumas com ligações diretas com os próprios dirigentes das ONGs —, pagando por serviços ou produtos que, na prática, jamais são entregues.

A empresa Transtar, por exemplo, participou de pelo menos 40 pesquisas de preços desde 2021 – para serviços de transporte e eventos, fornecimento de mobiliário e até material para bibliotecas. O detalhe intrigante é que a empresa nunca venceu nenhuma concorrência em projetos que receberam verbas de emendas. As pesquisas em questão foram realizadas pelos institutos Realizando o Futuro, Carioca de Atividades, Fair Play e Brasil Social, além da ONG Con-tato, indicando um padrão de comportamento suspeito que exige rigorosa investigação das autoridades.

Questionado, o deputado Carlos Jordy alegou não ter ingerência sobre o projeto para o qual destinou a volumosa emenda parlamentar. No entanto, o surgimento de uma assinatura póstuma em um documento de contratação levanta sérias dúvidas sobre a fiscalização e a destinação de verbas públicas em projetos sociais. O episódio escancara a vulnerabilidade dos mecanismos de controle e a necessidade urgente de mais transparência na gestão de recursos que deveriam beneficiar a população, mas que podem estar sendo drenados por esquemas fraudulentos.


Redação do Movimento PB GME-GOO-23072025-0900-25F

Da redação com informações de UOL

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