Hugo Motta, novo presidente da Câmara, defende transparência e igualdade entre os Poderes em seu discurso inaugural.
Hugo Motta (Republicanos-PB), eleito presidente da Câmara dos Deputados, usou seu primeiro discurso para enviar um forte recado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Planalto. Ele enfatizou que todos os Poderes devem ser transparentes e prestar contas à sociedade.
Motta propôs a criação de um sistema para tornar públicas, em tempo real, as despesas de todos os Poderes. “Por que este Parlamento, responsável que é pelo orçamento, como determina a Constituição, não oferece à sociedade uma plataforma integrada de todos os poderes – todos – para que os brasileiros e as brasileiras possam acompanhar todas as despesas em tempo real de todos os poderes? Transparência Total de Todos. A sociedade brasileira agradece“, declarou.
Ele sublinhou a importância da igualdade entre os Poderes na questão da transparência: “Na questão da transparência, o que não pode haver é opacidades e transparências relativas. Porque o princípio é da igualdade entre os poderes.”
O discurso de Motta também tocou na crise envolvendo as emendas parlamentares, sinalizando uma postura crítica em relação ao governo Lula e à expectativa de apaziguar as tensões entre o Planalto e o Parlamento. Ele reafirmou o compromisso com a democracia e a Constituição, frisando que “a praça é dos 3 e não de 1 nem de 2 poderes. E quando não é dos 3 não é a praça da democracia.”
Motta também comentou sobre a recente polêmica envolvendo o bloqueio de emendas pelo STF e a suspeita de intervenção do Planalto através do ministro Flávio Dino, apontando para uma falta de transparência nos gastos do Executivo e Judiciário.
Apesar de não ter superado o recorde de votos de Arthur Lira, que foi reeleito com 464 votos, Motta, com 444 votos, se tornou o segundo deputado mais votado da história para a presidência da Câmara.
Texto adaptado de O Antagonista e revisado pela nossa redação.