BRBrasilPolítica

PF Indicia Bolsonaro, Ramagem e Carlos por Espionagem Ilegal na “Abin Paralela”

Polícia Federal indicia Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem e Carlos Bolsonaro por uso ilegal da Abin para espionar adversários políticos.

O Escândalo da “Abin Paralela”

Em 17 de junho de 2025, a Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito sobre a chamada “Abin paralela”, indiciando o ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) por espionagem ilegal. A investigação revelou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi usada durante o governo Bolsonaro para monitorar adversários políticos, jornalistas e autoridades, utilizando o sistema espião FirstMile sem autorização judicial.

Para Entender de Forma Simples

A Abin, criada para proteger interesses nacionais, foi transformada em uma ferramenta política. O FirstMile, um programa israelense, rastreava a localização de celulares, permitindo identificar onde alvos estavam. Imagine alguém bisbilhotando seu celular para saber seus passos sem permissão – foi isso que a “Abin paralela” fez com políticos, juízes e jornalistas, segundo a PF.

Alvos e Métodos

A PF identificou mais de 30 mil números monitorados, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o ex-governador João Doria. Jornalistas, ambientalistas e até assessores, como Alessandra Aires, do senador Confúcio Moura, foram espionados. A estrutura produziu dossiês ilegais e disseminou fake news, visando desacreditar adversários e proteger aliados, como Flávio Bolsonaro no caso das “rachadinhas”.

Evidências Comprometedoras

Um áudio de agosto de 2020, encontrado no computador de Ramagem, revela Bolsonaro e ele discutindo estratégias para anular investigações contra Flávio Bolsonaro. Ramagem sugeriu abrir processos administrativos contra auditores da Receita Federal que investigavam o caso. A PF também descobriu que Carlos Bolsonaro recebia informações sigilosas e era marcado em posts com desinformação, como ataques ao senador Alessandro Vieira durante a CPI da Covid.

Leia Também:  Flávio Bolsonaro Defende Indulto ao Pai e Anistia do 8 de Janeiro para 2026

Indiciados e Reações

Além de Bolsonaro, Ramagem e Carlos, mais de 30 pessoas foram indiciadas, incluindo o atual diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa, e ex-servidores como Giancarlo Gomes Rodrigues e Marcelo Bormevet. Bolsonaro e Ramagem negam envolvimento, chamando as acusações de “narrativa”. Carlos, em post no X, atribuiu o indiciamento a motivações políticas para 2026. A Abin afirmou colaborar com as autoridades, destacando que os fatos são de gestões passadas.

Impacto Político

O caso, revelado pelo O Globo em março de 2023, é o maior escândalo de espionagem do Brasil. A PF aponta conexões com a tentativa de golpe de Estado, com Ramagem orientando Bolsonaro a atacar as urnas eletrônicas. O inquérito agora segue para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se apresenta denúncia ao STF. O escândalo expõe o uso indevido de instituições públicas, abalando a confiança na democracia.

Fontes: Com informações de O Globo, G1, Valor Econômico e Metrópoles.

Compartilhar: