Professores de UEPB, UFPB e IFPB paralisam atividades na Paraíba contra a ‘demolição do serviço público’
Mobilização de 48 horas une pautas nacionais, como a luta contra a reforma administrativa, e reivindicações locais, como a crise orçamentária na UEPB e o cumprimento de acordos.
Os professores das três principais instituições de ensino superior públicas da Paraíba farão uma paralisação geral de atividades nos dias 10 e 11 de setembro. A mobilização, que une docentes da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), afetará campi em diversas cidades, incluindo João Pessoa, Campina Grande, Patos e Guarabira. O ato unificado faz parte de uma jornada nacional de protestos e serve como um forte recado aos governos federal e estadual.
A greve de 48 horas articula a luta contra a proposta de reforma administrativa, em tramitação no Congresso Nacional, com pautas locais urgentes, como o cumprimento de acordos de greve e a defesa da autonomia universitária.
A Pauta Nacional: ‘Uma Verdadeira Demolição’
O ponto central que une as categorias é a oposição à reforma administrativa. Para Edson Franco, presidente do Sindicato dos Professores da UFPB (Adufpb), a proposta representa “uma verdadeira demolição do serviço público”. Ele argumenta que a justificativa de reduzir custos é uma falácia, pois a economia prevista é mínima e os verdadeiros privilégios do Estado permanecem intocados.
Segundo Franco, a reforma ataca direitos essenciais dos servidores ao prever demissões por avaliações sem critérios claros, permitir a redução salarial em caso de déficits fiscais e retardar a progressão na carreira, o que impactaria diretamente o valor das aposentadorias. David Lobão, dirigente do sindicato do IFPB (Sintefpb), reforçou o chamado para a “grande paralisação”, deixando claro que a categoria não aceitará a proposta.
As Reivindicações Locais da UEPB
Para os professores da Universidade Estadual, a mobilização também tem um forte componente local. A Associação dos Docentes da UEPB (Aduepb) organizou uma “jornada de lutas” para denunciar a crise orçamentária da instituição, cobrar o pagamento do retroativo das progressões e exigir o cumprimento da Lei de Autonomia. O ponto alto será um ato público no centro de Campina Grande, às 9h30 da quarta-feira (10).
Elisabete Vale, presidenta da Aduepb, afirmou que o sindicato tenta reabrir o diálogo com o governo do estado. “Estamos solicitando que seja apresentada uma proposta de instalação de uma mesa de negociação permanente e um plano concreto para o pagamento retroativo das progressões funcionais docentes”, completou.
Próximos Passos: Indicativo de Greve por Tempo Indeterminado
A paralisação de 48 horas é um aviso. Após os atos, os docentes das três instituições se reunirão em assembleias para avaliar o movimento. Uma assembleia geral unificada está marcada para o dia 16 de setembro, onde a categoria discutirá a possibilidade de greve por tempo indeterminado.
A greve unificada na Paraíba é uma demonstração de força do setor da educação pública. Ao conectar a indignação nacional contra a reforma administrativa com as urgentes pautas locais, os professores enviam uma mensagem clara a Brasília e ao Palácio da Redenção. A paralisação serve como um último aviso, colocando sobre os ombros dos gestores políticos a responsabilidade de abrir canais de negociação para evitar uma greve por tempo indeterminado, com graves prejuízos para toda a comunidade acadêmica.
Da redação com informações de agências de notícias
Redação do Movimento PB [NMG-OOG-09092025-P8Q9R0-15P]
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