O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, reuniu nesta sexta-feira (14) cerca de 500 profissionais das assessorias de comunicação de diversos órgãos para discutir estratégias e reforçar a integração da comunicação governamental. O encontro ocorreu no Palácio do Planalto e teve como objetivo garantir uma divulgação coesa e eficiente das ações do governo à população.
A reunião aconteceu em meio à queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), refletida em pesquisas de opinião que apontam aumento da desaprovação e redução no apoio ao governo. Para tentar reverter o cenário, o governo prepara um evento, previsto para abril, com o tema “O Brasil dando a volta por cima”, que pretende destacar as entregas da gestão e reforçar a narrativa de que os próximos anos serão de “colheita”.
Durante o encontro, Sidônio Palmeira ressaltou a importância da comunicação integrada e pediu que as assessorias tenham dados e ações governamentais “na ponta da língua”. Ele evitou mencionar diretamente a queda na popularidade, mas sinalizou confiança na recuperação do governo: “Vamos vencer 2025”, afirmou.
Além de alinhamento estratégico, a reunião também abriu espaço para pedidos das equipes de comunicação, como a contratação de designers para modernizar sites oficiais e mais recursos para campanhas publicitárias, incluindo sobre energia nuclear.
Popularidade de Lula em queda
Pesquisas recentes indicam um cenário desafiador para o governo. Segundo levantamento do Datafolha de fevereiro de 2025, apenas 24% dos eleitores aprovam a gestão Lula, enquanto 41% a desaprovam — o pior índice registrado em seus três mandatos. A alta nos preços dos alimentos e desinformação em torno da fiscalização do PIX têm sido apontadas como fatores que impactam negativamente a percepção popular.
Outro levantamento, do Instituto Quaest, divulgado em janeiro, mostrou que, pela primeira vez, a desaprovação de Lula superou numericamente sua aprovação, elevando preocupações sobre a viabilidade de uma reeleição ou sucessão dentro do PT.
Diante do cenário, o presidente tem intensificado reuniões com ministros para discutir estratégias políticas e econômicas que possam reverter a situação.
Desafios na comunicação e troca de comando
A comunicação tem sido um dos principais desafios da atual gestão. Logo no início do mandato, crises como os ataques golpistas de 8 de janeiro e a emergência humanitária na Terra Indígena Yanomami testaram a capacidade do governo de articular uma resposta eficaz.
Paulo Pimenta, então ministro da Secom, enfrentou dificuldades na gestão da comunicação e foi substituído por Sidônio Palmeira, que assumiu a missão de reestruturar a área e melhorar a imagem do governo. A estratégia agora passa por maior integração entre os órgãos e ações de comunicação mais coordenadas, visando recuperar a confiança da população.