Tanara Lauschner é eleita reitora da Ufam para 2025-2029

Professora Tanara Lauschner, da chapa “Mudança!”, vence eleição para reitoria da Ufam com 52,86% dos votos, marcando o retorno de uma mulher ao cargo após oito anos.

A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) elegeu, em 14 de abril de 2025, a professora Tanara Lauschner como sua nova reitora para o quadriênio 2025-2029. Representando a chapa 57, “Mudança!”, ao lado do vice-reitor Geone Maia Corrêa, Tanara conquistou 52,86% dos votos no segundo turno, superando a chapa 25, liderada por Marco Antônio de Freitas Mendonça e Armando Araújo Júnior, que obteve 47,14%. A vitória marca o retorno de uma mulher à reitoria após oito anos, desde o mandato de Márcia Perales (2009-2017).

Uma eleição disputada

Realizada de forma online nos seis campi da Ufam (Manaus, Benjamin Constant, Coari, Humaitá, Itacoatiara e Parintins), a votação mobilizou 13.322 eleitores, incluindo docentes, técnico-administrativos (TAEs) e estudantes, com paridade entre os segmentos. A chapa de Tanara liderou entre docentes (966 votos contra 706) e estudantes (6.640 contra 3.462), enquanto a chapa 25 prevaleceu entre os TAEs (894 contra 483). O pleito registrou 82 votos em branco e 89 nulos, com 33.877 membros da comunidade aptos a votar.

Propostas centradas em inclusão e ciência

Tanara, engenheira eletricista pela Ufam, mestre em Ciência da Computação pela UFMG e doutora em Informática pela PUC-Rio, destacou-se na campanha por defender a modernização da gestão, a valorização da pesquisa e a inclusão. Sua chapa propôs ampliar a assistência estudantil, combater o assédio institucional e fortalecer o Hospital Universitário Getúlio Vargas. “Nossa missão é unificar a universidade e responder aos desafios com transparência”, declarou Tanara após a vitória, em discurso na Faculdade de Tecnologia.

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Trajetória acadêmica e política

Professora do Instituto de Computação da Ufam desde 2002, Tanara acumula experiência como pró-reitora de Inovação Tecnológica e diretora do Instituto de Computação (2017-2021). Fora da academia, atuou como subsecretária para a Amazônia no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (2023-2025), articulando R$ 2 bilhões para a ciência na região. Filiada ao PCdoB, ela é reconhecida por sua militância em pautas como equidade de gênero, educação pública e tecnologia, além de ser cofundadora do projeto Cunhantã Digital, que incentiva meninas na área de TI.

Desafios e expectativas

A eleição, marcada por intensos debates, refletiu divisões políticas, com a chapa de Tanara sendo associada à esquerda e a de Marco Antônio à direita. Apesar de críticas, como denúncias de fake news e questionamentos sobre sua gestão na Secretaria de Produção Rural (Sepror) em 2013, Tanara manteve apoio expressivo, especialmente entre estudantes. Sua gestão enfrentará desafios como infraestrutura precária, falta de recursos humanos no hospital universitário e a necessidade de captação de recursos.

Próximos passos

A chapa vencedora integrará a lista tríplice enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fará a nomeação oficial. As prestações de contas das chapas serão entregues entre 15 e 17 de abril, e o relatório final da consulta será submetido ao Conselho Universitário (Consuni) até 22 de abril.

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