Saúde

Alerta de saúde: O que é a mosca-varejeira ‘comedora de carne’ após primeiro caso humano ser detectado nos EUA

Paciente que viajou para El Salvador foi diagnosticado com a infecção do parasita, que havia sido erradicado do território americano em 1966. Especialistas explicam os riscos e como se prevenir.

Um caso raro de infecção por uma larva parasita, popularmente conhecida como “comedora de carne”, foi confirmado em um morador de Maryland, nos Estados Unidos, que havia retornado recentemente de uma viagem a El Salvador. O diagnóstico acendeu um alerta de saúde pública, pois se trata do primeiro caso humano da mosca-varejeira do Novo Mundo (New World screwworm, ou NWS) no país em muito tempo. O parasita foi oficialmente erradicado do território americano em 1966.

Apesar da natureza assustadora da infecção, especialistas afirmam que o risco para a população em geral permanece muito baixo. O caso, no entanto, serve como um importante lembrete sobre os cuidados necessários durante viagens a países onde o parasita ainda é endêmico, como em partes da América Central, do Sul e do Caribe.

O que é a New World Screwworm e como ela age?

A NWS é uma mosca parasita cuja fêmea deposita centenas de ovos (entre 200 e 300) em feridas abertas de animais de sangue quente, incluindo, em raras ocasiões, seres humanos. Quando os ovos eclodem, as larvas (ou varejas) começam a se alimentar do tecido vivo do hospedeiro. O nome “screwworm” (verme-parafuso, em tradução livre) vem da forma como as larvas se enterram na ferida, como se estivessem se “aparafusando” na carne, causando infestações dolorosas e perigosas.

Os sintomas incluem lesões na pele que não cicatrizam ou pioram com o tempo, dor intensa, sangramento e, em casos avançados, a sensação ou visão das larvas se movendo na ferida, que também pode exalar um odor forte. A infestação pode ocorrer em qualquer parte do corpo, incluindo olhos, nariz e boca.

Prevenção e tratamento: o que fazer?

O tratamento para a NWS não envolve apenas medicamentos. É necessária a remoção física das larvas por um profissional de saúde, um procedimento que pode exigir uma pequena cirurgia. As autoridades de saúde alertam que as pessoas não devem tentar remover as larvas por conta própria, pois é crucial que elas sejam enviadas a um laboratório para identificação, o que ajuda na vigilância epidemiológica.

Para quem viaja para áreas de risco, a prevenção é simples e eficaz:

  • Mantenha qualquer ferida ou corte, por menor que seja, sempre limpo e coberto com um curativo.
  • Use repelentes de insetos aprovados por órgãos de saúde.
  • Use roupas compridas, como calças e mangas longas, para minimizar a exposição da pele.

Risco baixo, mas vigilância alta

Embora a infecção em humanos seja muito rara, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) considera a NWS uma séria ameaça à pecuária, à segurança alimentar e até à segurança nacional, caso se restabeleça no país. Para evitar isso, os EUA mantêm um programa de controle biológico engenhoso: a criação e liberação de milhões de moscas machos esterilizadas na natureza. Esses machos acasalam com as fêmeas selvagens, mas seus ovos não eclodem, quebrando o ciclo de vida do parasita e controlando sua população.

O caso atual é visto como um evento isolado e importado, não havendo sinais de transmissão local nos EUA. Para o público, a mensagem dos especialistas é de vigilância, e não de pânico, reforçando a importância de cuidados básicos de saúde durante viagens internacionais.

Da redação com informações da ABC News

Redação do Movimento PB [GMN-GOO-01092025-224840-A1B9C3-15P]


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