Alimentos perigosos: neurocientistas alertam sobre 3 comidas para proteger o cérebro
Enquanto a maioria das pessoas associa uma alimentação saudável à proteção do coração e da silhueta, um novo alerta da comunidade médica joga luz sobre um aspecto frequentemente negligenciado: a saúde do cérebro e do sistema nervoso. Longe das recomendações usuais de evitar açúcar e gorduras saturadas, neurologistas estão chamando a atenção para três alimentos surpreendentes que, se não forem consumidos com cautela, podem causar doenças neurológicas graves e duradouras.
Essas ameaças não vêm de ingredientes químicos ou processados, mas de toxinas e patógenos que podem contaminar comidas do dia a dia. Segundo a Dra. Mary Ann Picone, neurologista do Holy Name Medical Center, nos EUA, a sintomatologia dessas doenças pode ser sutil e de difícil diagnóstico, mesmo para médicos experientes. O Dr. Baibing Chen, conhecido nas redes sociais como Dr. Bing, complementa que o risco aumenta com viagens internacionais e o preparo caseiro de alimentos.
Os perigos ocultos em latas, peixes e porco
O primeiro item na lista de cautela é o que pode estar escondido em enlatados. O Dr. Chen avisa sobre a contaminação por toxina botulínica. O botulismo, uma doença rara mas grave, ataca o sistema nervoso, podendo causar paralisia muscular e dificuldades respiratórias. Ele alerta que a toxina é inodora e insípida, e a fervura do alimento pode não ser suficiente para neutralizá-la. A regra é clara: se uma lata estiver estufada, amassada ou rachada, o melhor é descartá-la. A Dra. Picone adiciona que alimentos de baixo teor de acidez, como milho, feijão verde e carnes em conserva, são os mais vulneráveis. A prevenção passa por refrigerar as sobras e seguir as orientações de conservação do USDA.
O segundo perigo vem do mar. Para quem aprecia pescados, o alerta é para o consumo de peixes tropicais de grande porte, como a barracuda, o mero e o amberjack. Esses peixes podem ser portadores de ciguatoxina, uma neurotoxina produzida por algas em recifes de coral. A ciguatera, nome da doença causada por essa toxina, provoca sintomas neurológicos bizarros, como a inversão da sensação de temperatura – onde objetos quentes parecem frios e vice-versa –, dormência e pesadelos vívidos. O Dr. Chen ressalta que, por ser uma toxina resistente ao calor, cozinhar o peixe não resolve o problema. A recomendação é evitar ou limitar o consumo desses peixes, especialmente em áreas endêmicas do Pacífico, Índico e Caribe.
Por fim, o terceiro item da lista é a carne de porco mal cozida, principalmente se a procedência for duvidosa. O risco está na neurocisticercose, uma infecção causada por larvas da tênia do porco. Essas larvas podem migrar para o cérebro e formar cistos, tornando-se uma das principais causas de epilepsia adquirida em todo o mundo, inclusive em países desenvolvidos com saneamento precário. O Dr. Chen enfatiza que a prevenção é a chave, com práticas como lavar bem as mãos e os alimentos, além de garantir que a carne seja sempre de fontes regulamentadas e bem cozida.
“Enquanto as pessoas se concentram em evitar gorduras e açúcares, muitos não percebem que existem patógenos e toxinas comuns que podem ter um impacto direto e profundo no sistema nervoso. A conscientização sobre esses riscos é a primeira linha de defesa.”
A conclusão dos especialistas é que a proteção do sistema nervoso vai além de dietas e vitaminas. É fundamental estar atento a contaminações invisíveis, especialmente em alimentos enlatados, peixes tropicais e carnes de porco. O conhecimento sobre esses riscos é a primeira e mais poderosa ferramenta para garantir que a alimentação seja uma aliada da saúde, e não uma ameaça oculta ao bem-estar neurológico.
Traduzido e adaptado de Fox News
Redação do Movimento PB [GME-GOO-11082025-0008-25F]